O comércio irregular de água sem tratamento, em Itajaí, foi alvo de uma reportagem exibida no domingo à noite no programa Estúdio SC, da RBS TV. A venda acontece junto a uma malharia, no Bairro São Vicente. Mesmo após o local ter sido interditado pela Vigilância Sanitária, em 2011, a investigação, feita com uma câmera escondida, flagrou a venda de galões por R$ 1. A reportagem é de João Salgado, Ronaldo Bruchado e Geovanio Wollinger.

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A apuração mostrou que a água vem de um poço que fica atrás da propriedade, através de uma mangueira, e as bombonas são cheias sem limpeza prévia. A reportagem comprou galões no local, que foram lacrados com um saco plástico.

Durante a investigação, chamou atenção o vaivém de clientes no local. Dois deles, ouvidos pela reportagem da RBS TV, disseram que pagam pelos galões. O preço baixo e a oferta de água de poço – cujo consumo era comum na região antigamente – é o que atrai os clientes.

Mas um laudo da Vigilância Sanitária, emitido em 2008, diz que as amostras não atendem ao padrão exigido pelo Ministério da Saúde – o que inviabiliza a venda.

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– Existe risco de contaminação por se tratar de uma água onde não são realizados testes, análises microbiológicas e físico-químicas. A pessoa que está consumindo água proveniente de fonte irregular está sujeita a contaminação – disse o fiscal Jessé Kunen, da Vigilância Sanitária de Itajaí, aos repórteres da RBS TV.

O diretor do órgão municipal, Luiz Antônio Spinoza, disse ontem ao Sol Diário que chegou a verificar a denúncia apurada pela reportagem. Mas afirma que não flagrou a venda de água. Ele aguardava a divulgação da reportagem para decidir que providências serão tomadas.

O que diz Vanderley Dalmolin, empresário que distribui a água

Em entrevista à equipe do Estúdio SC, o empresário negou que venda água não inspecionada. Segundo ele, as transações são feitas por meio de doação e as contribuições são espontâneas. Ele também questiona a autenticidade do laudo da Vigilância Sanitária, feito em 2008.

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– Pedi para Blumenau fazer uma análise, em que constou que está dentro do padrão da Anvisa. Não vejo problema nenhum em fazer doação dessa água – afirmou.