Gabriela, novela inspirada na obra homônima do escritor baiano Jorge Amado (1912 – 2001), estreia hoje, logo após Avenida Brasil, com bastante tempero. A retirante nordestina, que dá nome à trama, deve espalhar pimenta pela Ilhéus (BA) dos anos 1920, na versão assinada por Walcyr Carrasco. Após a estreia, a trama será exibida de terça a sexta, a partir das 23h, na RBS TV.

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Compare os personagens atuais com os da primeira versão

A dona do abará da vez é Juliana Paes, atriz escolhida pelo diretor-geral Mauro Mendonça Filho para fazer o papel que foi eternizado por Sônia Braga na versão de 1975.

– A Sônia é minha grande inspiração, pela beleza e pela forma como criou essa grande personagem. Acredito que Gabriela sempre esteve em meu caminho – afirma Juliana.

A jovem de pele queimada de sol começa a história em meio à seca nordestina. Nesse cenário, ela encontra o jagunço Clemente (Daniel Ribeiro),com quem protagoniza as primeiras cenas quentes da trama.

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– Nunca tinha feito sequências de sexo. Ter convivido com a Juliana por duas semanas no Nordeste ajudou muito na hora de gravar – revela Ribeiro.

Após longa travessia na seca, a bela conhece Nacib (Humberto Martins), um comerciante que a contrata para trabalhar de cozinheira em seu bar, o Vesúvio. Prendada, Gabriela não ganha o patrão somente pelo estômago, com seus vatapás bem temperados, mas também por seu espírito livre, meio bicho, meio mulher. Não demora muito para o casal se render à paixão.

– Eles curtem a relação com preguiça. Ficam deitados juntos, acariciando-se. Não é só sexo, é amor. Eles têm muito a dizer um ao outro, mas sem palavras – afirma o ator Humberto Martins, que elogia a delicadeza das cenas de amor vividas pelo casal.

Quando Gabriela desponta no Vesúvio, os frequentadores passam a lotar o boteco, seja pelo tempero, seja pela exuberância da moça, o que faz com que Nacib decida se casar logo. Mas a personagem criada por Amado não se adapta à vida de casada.

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Gabriela, o livro, publicado em 1958, representou um retorno de Jorge Amado ao universo dos coronéis do cacau e dos retirantes que havia abordado na primeira fase de sua carreira, em obras como Terras do Sem Fim (1943), São Jorge dos Ilhéus (1945), e Seara Vermelha (1946). Em Gabriela, contudo, Jorge enfocou menos a crítica social que dava a tônica dos primeiros trabalhos e dedicou-se a uma esmerada crônica de costumes e ao retrato exuberante da paixão sensual. Exibida em horário tardio na programação, a nova novela também deve privilegiar tais aspectos. A partir desta noite, a previsão é de altas temperaturas na TV.

>>> Leia no blog Mundo Livro as descrições que Jorge Amado faz da sensual Gabriela.