Faltavam cinco minutos para começar a partida quando São Pedro decidiu que também queria participar. Mais do que isso, ele queria ser protagonista da partida entre Chapecoense e Metropolitano. E foi. Com um turbilhão de água despejada na Arena Condá, o gramado virou “gramado” e o movimento próprio de rotação da bola sobre o seu eixo, essencial para que o futebol exista, foi comprometido por centenas de pequenos açudes em campo.

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As jogadas terrestres, antes tão comuns, foram substituídas por ações dignas de beach soccer, com o predomínio absurdo de bolas levantadas em um verdadeiro festival catarinense de chutões. As poucas chances que surgiam eram integrante de um enredo de desventuras, em que a chegada ao ataque precisava fazer parte de um contexto digno de um filme besteirol americano.

Mas aí veio o segundo tempo e, por algum motivo, São Pedro não quis mais brincar. Sorte que ele não era o dono da bola. Sem chuva e com o gramado gradativamente ficando seco, e o cenário de Schlammfest, a festa da lama da Fortaleza Alta, em Blumenau, foi deixado de lado, e as cachoeiras na arquibancada secaram.

E quando o temporal deu lugar à bonança, quem ficou felizona foi a Chapecoense, quando em um lance digno das feiuras do primeiro tempo, o goleiro Vilar aceitou uma bola alta na pequena área. Gol contra e uma verdadeira ducha de água fria em um jogo que por si só já era o box de um chuveiro. E quando o Metropolitano tentou colocar a temperatura no quente, Valkenedy presenteou a Chape que com Niltinho fez o segundo.

Aí a partida ficou chata. O time do Oeste aproveitou toda a água que caiu no gramado para cozinhar o jogo e o Metrô, sem a ajudinha das poças, não conseguiu criar jogadas. A coisa desandou de vez quando Luiz Antônio e Niltinho, em um intervalo de dois minutos chamaram o garçom para fechar a conta e fazer 4 a 0. O Metropolitano, que antes era a segunda melhor defesa do Campeonato Catarinense, levou em um intervalo de 35 minutos mais do que os três que havia tomado até então. Crucial para culminar na derrota.

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Não entramos no segundo tempo – disse, ao fim do jogo, o meio-campo Mazinho em entrevista à rádio Nereu Ramos.

Foi uma vergonha. Quatro erros nossos – finaliza o volante Max Carrasco.

Na bronca com a arbitragem, o zagueiro Willian avaliou que houve falta de Douglas Grolli no goleiro Vilar, em lance que originou o primeiro gol da Chapecoense:

O árbitro acabou com o jogo. Foi falta. Aí virou bagunça.

A derrota derrubou o Metropolitano em dois degraus na escada do Campeonato Catarinense. O clube vai fechar a rodada na sétima colocação, já que mesmo se vencer o Criciúma na próxima quarta-feira, o Tubarão não consegue ultrapassar o Verdão de Blumenau.

Já a Chapecoense pulou três posições e fica momentaneamente como terceira. Na próxima rodada, todos os confrontos ocorrem no sábado, por conta do Carnaval. O Metrô joga contra o Criciúma, no Estádio Heriberto Hülse, às 16h30min, enquanto o Verdão do Oeste viaja a Joinville para duelar contra o JEC, às 19h30min.

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CHAPECOENSE

Artur Moraes, Diego Renan, Douglas Grolli, Nathan e Reinaldo. Amaral, Andrei Girotto (Luiz Antônio) e Dodô (Nenén). Rossi (Arthur Caike), Túlio de Melo e Niltinho. Técnico: Vágner Mancini.

METROPOLITANO

Vilar, Maranhão, Willian, Elton e Juninho. Carrasco, Valkenedy (Rodolfo), Elber (Jean Moser), Mazinho e Paulo Victor. Sabiá. Técnico: Cesar Paulista.

Amarelos: Mazinho, Elton e Juninho (M), Rossi, Grolli (C).

Gols: Vilar (M, contra) aos 5 do 2ºT, Niltinho aos 22 e 40 do 2ºT e Luiz Antônio, aos 39 do 2ºT.

Local: Arena Condá, em Chapecó. Arbitragem: Fernando Henrique de Medeiros Miranda, auxiliado por Kléber Lúcio Gil e Henrique Neu Ribeiro.