O clichê capitalista tempo é dinheiro foi convertido em conceito colaborativo e social nas mãos de Lorrana Scarpioni. Advogada e relações públicas, a criadora da plataforma Bliive consta na lista do Technology Review, do MIT (Massachusetts Institute of Technology) como um dos 10 brasileiros mais inovadores com menos de 35 anos. Pudera: ao criar a plataforma Bliive (bliive.com) ela transformou tempo em moeda para alcançar mais conhecimento e experiência por lá você oferece uma hora de aula de alguma coisa e recebe o crédito de uma hora, o Time Money. Além de fundadora da Bliive, Lorrana, 25 anos, é Global Agenda Council in Creative Economy e Global Shaper pelo Fórum Econômico Mundial. Inspiração para jovens empreendedores, ela atualmente lidera a operação do Bliive no Reino Unido por meio de uma iniciativa do UK Trade and Investment, veio a Floripa para participar da Conferência Social Good Brasil e conversou com a coluna.
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Qual foi o momento mais importante da trajetória do Bliive?
Quando lançamos a plataforma e vimos o retorno tanto do público quanto da mídia, e as primeiras trocas. Em segundo lugar, o fato de ter conseguido a subvenção do governo do Reino Unido e ter se mudado para UK.
Como é a adesão à rede fora do Brasil? Quantos países participam?
Temos usuários em 152 países e mais de 110 mil horas de experiência trocadas. A adesão, totalmente orgânica, foi muito interessante. No começo nunca fizemos campanha em nenhum país.
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Quais são as atividades mais procuradas e quais são as mais estranhas?
As mais procuradas são aulas de inglês e de violão, mas tem de tudo, desde “ouço seus problemas durante uma hora até ajudo você com seu problema de falar em público ou mudança de carreira”. Há pessoas que se oferecem para conhecer uma cidade nova ou lugares baratos para comer. Uma menina se cadastrou como “despertador humano”: se você tem um compromisso muito importante pode trocar um time money com ela para te acordar.
As pessoas reclamam que o tempo é cada vez mais escasso, mas a rede se baseia na ideia de que todos têm tempo para doar. Não é contraditório?
Quando as pessoas realmente querem, dão um jeito de arrumar tempo. Essa impressão de que estamos sem tempo é pelo fato de que, às vezes, o perdemos com coisas que não estávamos acostumados a perder. Mas acredito que as pessoas atêm tempo se encontrarem algo que realmente querem aprender, algo que queiram vivenciar como nova experiência.
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