Ex-ministro da Cultura, Gilberto Gil admitiu que foi sondado por integrantes do governo Lula 3 para retomar ao cargo que ocupou de 2003 a 2008. A recusa, segundo o Gil, foi pela falta de tempo e idade — o cantor completou 80 anos em 2022.
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O cantor comentou sobre a sondagem e recriação do Ministério da Cultura em entrevista exclusiva para o Diário Catarinense. Gilberto Gil está em Florianópolis para uma apresentação única no Festival Saravá, que ocorre neste sábado (21).
— Alguns políticos e gestores culturais que estiveram próximos ao primeiro governo Lula, época em que eu fui ministro, lembraram da possibilidade de que eu voltasse a ter uma ocupação oficial, em ser o ministro da Cultura e tudo mais. Eu não quis, eu não quero mais. Eu não tenho mais tempo nem idade para isso — disse Gil.
Gil, no entanto, conta que tem aconselhado a atual ministra da Cultura Margareth Menezes “sempre que é solicitado”.
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— Principalmente na época da transição quando ela foi convidada e tinha que se instalar em Brasília, criar um corpo de assessores. Nesse sentido, a gente lembrou de muita gente que já tinha colaborado conosco. Lembramos nomes para uma indicação eventual nessa ou naquela função no ministério — comenta Gil.
Ao ser questionado sobre a extinção do Ministério da Cultura durante os quatro anos de governo Bolsonaro, Gil fala em “tradição quebrada” e relaciona o fim da pasta no período a um “menosprezo, um certo abandono com a vida cultural do país”.
— Agora com o novo governo você tem de novo todo esse sentimento de prestígio da vida cultural e a necessidade de fortalecimento da instituição que é o ministério — completa o cantor.
Show de Gil ocorre após 15 anos
A apresentação única em Florianópolis ocorre 15 anos após a última vez que Gilberto Gil esteve na Capital. O show será com público cheio, já que todos os ingressos do festival que tem o cantor como atração principal estão esgotados há semanas.
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O show reunirá uma coletânea dos sucessos da carreira, adiantou Gil. “Vou tocar de tudo”, disse. Ele que prepara para a turnê “Nós, a gente” em que estará ao lado da família, terá a companhia de seu filho Bem Gil no palco em Florianópolis.
Palco esse que Gil não quer se despedir. Sem enrolar, diz que não pensa em aposentadoria. Para justificar, conta um episódio recente ocorrido no aeroporto de Florianópolis assim que desembarcou e que o motiva a seguir com os shows.
Foi recebido por um fã que disse ter mergulhado na discografia do artista por influência do pai. Se tornou fã de carteirinha.
— Eu acho que ainda não se faz necessário [a aposentadoria]. Ainda tenho o mínimo de energia, o mínimo de gosto e o mínimo de demanda. Tem gente que compra ingresso e quer me ver — completa.
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