Pentacampeão da Stock Car, Cacá Bueno esteve em Florianópolis para promover a marca de uma empresa catarinense de tintas. Consagrado no automobilismo nacional, o piloto também disputa o Mundial de Gran Turismo (GT) com um equipe 100% brasileira, a BMW Team Brasil. Ao lado de Allam Khodair, Ricardo Zonta e Sérgio Jimenez, ele corre contra Lamborghini, Ferrari, Audi e McLaren. Em entrevista exclusiva, Cacá falou sobre a marca alemã, a presença de brazucas nas pistas mundiais e a importância dos ídolos.

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Diário Catarinense – Por que esta ida ao Mundial de Gran Turismo?

Cacá – É uma questão estratégica, para mostrar ao mundo a força do automobilismo brasileiro. Também pra eu conquistar uma imagem mundial. Essa expansão em outras classes, além da F-1, é muito importante.

DC – Como você avalia essa procura dos pilotos por novos mercados, além da F-1?

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Cacá – O Brasil teve uma grande nacionalização do esporte, quando deixou de ter uma grande figura na F-1. Agora que há algumas categorias consolidadas como a Stock e a Truck, os pilotos estão de volta ao cenário mundial, mas para outras categorias. Há a GT, a Nascar, a já consolidada Indy e o tradicional rali. Há espaço mundial de novo.

DC – Pela segunda vez, uma equipe nacional se arrisca em um campeonato mundial de automobilismo. Que lição a Copersucar deixa a vocês?

Cacá – Que o brasileiro é exigente. Não basta ser bom, tem que vencer. Pretendemos conquistar este público que torce para um representante com a bandeira do Brasil no carro.

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DC – E vocês irão buscar isso com a BMW Team Brasil ou talvez em outro carro como os Audi ou McLaren?

Cacá – O carro da BMW é ótimo. Claro que ainda está atrás de outras marcas, mas podemos deixá-lo ainda melhor. Estamos em sintonia com a montadora alemã, que também tem interesse em fortalecer sua relação com o Brasil. Estamos no caminho certo e vamos crescer.

DC – Quais as maiores diferenças e dificuldades entre GT e a Stock Car Brasil?

Cacá – Na Stock eu conheço tudo: carro, pista, adversários. Na GT é mais difícil vencer porque falta tudo isso, que se adquire com o tempo. O carro também muda muito. Na Stock, todos os carros são iguais. Na GT, eles têm mais tecnologias e controles.

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DC – Você já disse que pretende continuar na Stock. Como fica o calendário, viagens e ritmo de provas com as duas competições?

Cacá – Estou acostumado. No ano passado competi em três categorias, foram 46 corridas. Tecnicamente, não muda muito. Complica no aspecto familiar, já que fico menos em casa.

DC – Você falou que a Stock está consolidada. Qual a importância dela?

Cacá – A Stock é fundamental para a criação de novos nomes com potencial de ser campeão no Brasil e também no exterior.

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DC – Você acha que faltam ídolos no automobilismo nacional?

Cacá – O Massa é o nosso principal piloto, até porque está na F-1. Acredito que ele voltará a crescer e a triunfar. Mas para ser ídolo nacional no Brasil, você precisa representar o país contra o mundo e vencer. A imprensa também tem um pouco de culpa, falta espaço para coberturas além do futebol. É preciso mais que colocar apenas os resultados na mídia. Se não contar histórias de vida, não se criam ídolos.

DC – Você acredita que pode começar uma tradição nacional, como temos na F-1, na categoria de Turismo?

Cacá – A F-1 será sempre F-1. Quando um brasileiro começar a vencer de novo, todo mundo voltará a assistir às corridas. O que acredito é que a categoria Turismo pode ser algo complementar para esse público.

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DC – O que você achou do autódromo que pretendem construir em SC com a intenção de trazer etapas de F-1?

Cacá – Eu vi o projeto, e o autódromo é legal. Mas F-1 é muito mais do que um autódromo. Precisa de estrutura em toda a região, com hotéis, restaurantes, lojas, eventos. O local também não pode se sustentar só desse evento, e para tirar essa etapa de São Paulo é muito difícil.

DC – E uma etapa de GT no Brasil?

Cacá – Isso é mais fácil. Essa ideia já existe e o Stéphane Ratel (promotor do GT Series) vê com bons olhos uma etapa do Mundial aqui.

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