O escritor e professor catarinense Marcos Laffin, empossado para ocupar a cadeira 9 da Academia Catarinense de Letras (ACL) na última quinta-feira (10), relembra a trajetória e destaca a importância da literatura como interlocutora da racionalidade.

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Formado em Ciências Contábeis e especializado na área das matérias exatas, o professor aposentado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) começou a descobrir o universo da escrita na década de 1980, quando participou e ganhou um concurso de poesia da Biblioteca Pública de Joinville.

O texto vencedor começou a ser transmitido para os joinvillenses através de uma rádio local. O alcance da poesia proporcionou a Laffin a conexão com poetas como Dúnia de Freitas e Mila Ramos. 

– A partir desse contato, comecei a mostrar e divulgar meus escritos, isso tomou um corpo crescente de aprendizagem e em 1990 publiquei meu primeiro livro, o “Estivador”. O livro acabou sendo totalmente vendido e eu continuei escrevendo e aprimorando meu texto – lembra. 

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Depois, Laffin publicou “Tempo dentro do tempo”, recebendo o prêmio Mérito de Literatura Catarinense, seguido de “Muralhas de lã”, “Cio de pássaros”, “O corpo das hortênsia”, “Redes sociais”, “Contabilidade e ensino”, “De contador a professor” e “Currículo e suas referências”. 

Capas dos livros de Marcos Laffin
Capas dos livros de Marcos Laffin – (Foto: Divulgação)
Capas dos livros de Marcos Laffin
Capas dos livros de Marcos Laffin – (Foto: Divulgação)
Capas dos livros de Marcos Laffin
Capas dos livros de Marcos Laffin – (Foto: Divulgação)
Capas dos livros de Marcos Laffin
Capas dos livros de Marcos Laffin – (Foto: Divulgação)
Capas dos livros de Marcos Laffin
Capas dos livros de Marcos Laffin – (Foto: Divulgação)

O novo ocupante da cadeira 9 da ACL lembra que começou a compreender os processos da escrita e temáticas, além de descobrir como dialogar com os leitores que folheavam as páginas das obras escritas por ele. 

– O texto quando vai para a rua, toma autonomia e não é mais seu. Passei muito tempo visitando escolas e universidades para conversar com estudantes, ouvir, e dizer quais eram os projetos dos livros – diz. 

Posse na ACL

Quando recebeu a notícia de que assumiria a posição na ACL relembrou do processo para estar apto para a função, além da vontade de participar da academia. 

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– Quem pertence à academia tem uma história de construções socioculturais para o Estado de Santa Catarina, com destaque para a leitura, literatura, arte e cultura, que te credenciam a fazer parte da construção da arte como um todo. Até hoje estou sorrindo como um menino que solta pipa. Essa conquista foi uma construção de querer fazer parte da academia com a minha produção literária e a vida pública como professor e gestor – diz. 

Laffin sucede o professor, escritor e ex-reitor e um dos fundadores da Universidade do Estado de Santa Catarina, João Nicolau Carvalho, que faleceu em março de 2021.

Próximos passos 

Com o objetivo de continuar se desenvolvendo na arte de escrever e utilizando a bagagem que adquiriu ao longo dos 59 anos, o escritor pretende lançar novos livros ao longo de 2022 , que promete entregar um conteúdo necessário para os dias atuais. 

– Meu próximo livro está pronto, intitulado “Oceano”, onde apresento o corpo físico e como ele se relaciona com tudo que existe no mundo. A questão por trás da racionalização, de quando o corpo racionaliza as questões ele não vive, mas quando deixa o seguir a essência, ele se realiza. O livro é quase uma resposta ao “Muralhas de lã” e eu questiono como o desejo pode ser algo pleno, que coloque o ser humano em plenitude, mas que as pessoas fogem e se colocam em jaulas, por preconceitos, pecados ou valores – diz. 

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A previsão é de que “Oceano” seja publicado no primeiro semestre de 2022. Outro livro sobre moradores em situação de rua e suas visões de mundo está sendo desenvolvido pelo escritor. 

Como membro da ACL, Laffin pretende incentivar cada vez mais a literatura, a arte e a cultura do Estado.

– Para mim, um dos princípios da Academia de Letras, ou seja, um de seus baluartes é a defesa incessante em todas as dimensões e em todas as manifestações da sensibilidade. É ela estar sensível ao mundo que a constitui. Sensibilidade para além daquilo que se refere pela percepção e pela sensação. É um movimento em direção ao agir, às ações. Espero, nesta ACL com a companhia de cada um de seus acadêmicos e acadêmicas, sejamos espelhos refletindo a cultura da terra nossa de cada dia. – conclui. 

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