O prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (DEM), disse que as novas medidas de restrição contra a disseminação da covid-19, que passaram a valer nesta quarta-feira (24), foram tomadas porque as projeções mostravam que em duas semanas a Capital poderia ter um colapso do sistema de saúde.
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– Florianópolis sempre se antecipa a essas decisões porque trabalhamos com projeções. E as projeções mostravam que em duas semanas chegaríamos a um colapso do sistema de saúde. E quando a gente fala isso, [as pessoas dizem] ‘ah, mas poderia ter o respirador’. Uma pesquisa da Universidade de Atlanta mostrou que a cada três pessoas que chega no respirador, uma vai morrer. O que a gente quer é que não chegue até lá, que diminua o número de novos contaminados, e assim diminuir também o número de mortos – afirmou o prefeito.
A afirmação foi dada em entrevista ao Jornal do Almoço, da NSC TV. Segundo Gean, a taxa de transmissão na Capital e em cidades da Grande Florianópolis, que também adotaram restrições nos últimos dias, vem de uma escala de aceleração e vai crescer geometricamente.
– Se Florianópolis não tomasse essa medida, em duas se
manas teria fazer o que Porto Alegre fez, que fechou tudo, o que Curitiba fez, ou o que Belo Horizonte deve fazer, decretando lockdown. (…). Aqui, se agirmos antecipadamente, podemos segurar por alguns dias, e voltar com segurança, não agindo atrasado, quando pessoas já morreram e quando vamos ter o fechamento por muito mais tempo – avaliou o prefeito.
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O prefeito prometeu rigor na fiscalização das novas medidas de restrição, que entraram em vigor nesta quarta.
– Ampliamos o efetivo e a fiscalização vai ser de maneira ainda mais intensa, para aqueles que eventualmente ainda não tiveram consciência não joguem fora todo o trabalho de quem se cuidou, ficou em casa e usou máscara – afirmou.
Questionado sobre o fato de que na primeira fase de exigência de máscaras não houve nenhuma multa aplicada por falta de uso nos locais em que ela era obrigatória, como o calçadão da Beira-Mar e as ruas centrais, o prefeito disse que a intenção não é arrecadar, mas que a multa – agora mais elevada – pode ser aplicada:
– Não quero arrecadar um único real com isso, mas se tiver insistência em não cumprimento, vamos ser obrigados a cumprir a determinação e, sim, multar.
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Fim de semana não foi causa das novas medidas, diz prefeito
O prefeito disse que a movimentação de pessoas registrada na Capital no último fim de semana não foi a causa das novas medidas restritivas, que se basearam na tendência de alta de casos para os próximos 14 dias apresentadas já na sexta-feira. No entanto, o prefeito disse que o “mau comportamento” contribui e também “leva a isso”. Por fim, disse que o município trabalha em medidas como um plano de retomada para ajudar empresários afetados com as novas restrições e disse que as ações desta semana são importantes para conter o avanço do coronavírus na cidade.
– Se não tomássemos nenhuma decisão agora, provavelmente tomaríamos uma muito mais drástica daqui a 14 dias – apontou.