Dez escolas da rede estadual de ensino registraram furtos ou atos de vandalismo nos últimos dois meses na região Norte Catarinense. Somente na última semana, três colégios de Joinville foram invadidos e, em um dos casos, o vigilante escolar chegou a ser rendido e aparelhos de ar condicionado foram levados. Em outro, os invasores colocaram fogo dentro de uma sala e danificaram móveis e materiais utilizados nas atividades escolares.
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A Gerência Regional de Educação (Gered) de Joinville contabiliza, ao todo, furtos e roubos em oito escolas da cidade e outras duas ocorrências em instituições de São Francisco do Sul e Araquari. Todas nos últimos dois meses. A última ação ocorreu na madrugada de segunda-feira no Parque Guarani, quando a Escola de Ensino Médio Inovador Governador Luiz Henrique da Silveira, foi arrombada.
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De acordo com Lorena Rothbarth, gerente regional de Educação, nem mesmo as câmeras de vigilância e a presença de um vigia impediram a ação no local. A escola foi inaugurada há menos de dois meses e teve seis aparelhos de ar condicionado levados. Nos dois dias anteriores ao roubo, outras duas escolas foram alvo em Joinville.
– Os atos ocorreram em escolas que têm vigilância 24 horas, outras 12 horas e outras em que há somente vigilância eletrônica. Então, são três tipos de vigilância mas nenhuma delas inibe as ações porque na LHS nós temos todas as vigilâncias e ainda um vigilante 24 horas. Ele foi rendido, amarrado e eles [os criminosos] estavam encapuzados e inclusive usaram o carro dele para fazer o transporte dos aparelhos de ar condicionado.
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No dia anterior, por volta das 18h, uma ação de vandalismo foi registrada na Escola de Educação Básica Dr. Jorge Lacerda, onde estudam cerca de mil alunos. Segundo a diretora da unidade, Patricia Bazzanella, durante a ação os invasores arrombaram a porta de uma sala de coordenação de estágios. Na sala, eles retiraram objetos escolares de dentro de um armário e fizeram uma fogueira no chão, danificando o piso e os objetos.
Conforme a diretora, essa não é a primeira vez que o local é alvo de vandalismo. Em janeiro, seis aparelhos de ares condicionados foram furtados e imagens das câmeras de segurança mostraram dois homens entrando no local. Em outros arrombamentos, também neste ano, foram levados aparelhos eletrônicos como notebooks, som e projetores. Devido a queima do equipamento por conta de um raio, desta vez, a ação não foi capturada pelas imagens.
O assessor da direção escolar da Escola Jorge Lacerda, Jorge Nascimento, relata que no entorno do colégio também há ocorrências de assalto. Na segunda-feira, segundo ele, um aluno saia da aula às 22h30 quando foi abordado por um motoqueiro e teve objetos roubados. Eles acreditam que o aumento do período de vigilância, de 12 para 24 horas, poderia amenizar as tentativas de invasão.
Além da vigilante, o local conta com 17 alarmes instalados pela empresa de segurança que presta serviços à escola por meio de um contrato com o governo estadual. Conforme Nascimento, apesar do equipamento dar resultados, a sala em que ocorreu a invasão não tinha monitoramento.
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De sexta-feira (30) para sábado, a cozinha a escola Maria Amin Ghanem, no bairro Aventureiro, também foi invadida e alimentos foram levados. Segundo Lorena Rothbarth, a Gered conta com a polícia e também com apoio da comunidade para coibir novas situações contra os colégios.
– A escola é da comunidade e é um bem público, então todos podem ajudar a cuidar.
Polícia Civil investiga atos
A Polícia Civil está investigando os atos e efetua rondas nas regiões em que as escolas foram furtadas. De acordo com o investigador Dornelles, suspeitos do vandalismo chegaram a ser ouvidos informalmente, mas negaram participação na invasão.
As investigações ainda estão em curso e, segundo ele, os furtos são investigados de forma separada. A polícia deve reunir os batalhões das três regiões para verificar se são ações isoladas ou se elas têm ligação.