O presidente dos EUA, Barack Obama, denunciou em discurso nesta terça-feira o que chamou de “repulsivo” ataque de armas químicas por parte das forças sírias, na periferia de Damasco, mas admitiu aguardar o resultado dos esforços diplomáticos antes de uma ação militar.

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– O que ocorreu com esta gente, com essas crianças, não foi apenas uma violação da lei internacional, mas também uma ameaça à nossa segurança (…) porque se não agirmos, o regime de Al-Assad não verá razões para deixar de utilizar armas químicas.

– Quando ditadores cometem atrocidades, eles dependem do mundo para olhar na outra direção até que essas horripilantes imagens desapareçam da memória – declarou o presidente, em defesa de uma ação militar.

“Sabemos que o regime de Assad é responsável” por esse ataque “repulsivo”, disse Obama em discurso à nação, acrescentando que “a questão agora é saber o que os Estados Unidos e a comunidade internacional estão dispostos a fazer sobre isso”.

O presidente declarou também que é cedo para saber se o plano russo para neutralizar as armas sírias dará certo, mas disse considerá-lo uma alternativa à ação militar.

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– Ainda é muito cedo para dizer se o plano da Rússia para a Síria será bem-sucedido – frisou.

– Qualquer acordo deve verificar se o regime de Assad mantém seus compromissos, mas essa iniciativa tem o potencial para remover a ameaça de armas químicas sem o uso da força, particularmente, porque a Rússia é um dos mais fortes aliados de Assad – destacou Obama, no discurso transmitido ao vivo pela televisão e on-line.

Obama também pediu ao Congresso que adie sua votação sobre uma eventual ação militar, enquanto a via diplomática for possível.

– Eu pedi aos líderes do Congresso que adiem a votação para autorizar o uso da força, enquanto perseguimos esse caminho diplomático – afirmou o presidente, destacando que o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, irá à Genebra para encontrar seu homólogo russo na quinta-feira.

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– Falei com os líderes de dois dos nossos mais próximos aliados, França e Reino Unido, e trabalharemos juntos em consultas com Rússia e China para levar adiante uma resolução do Conselho de Segurança da ONU pedindo a Assad que entregue suas armas químicas, para que sejam destruídas sob controle internacional.

– Também daremos aos inspetores da ONU a oportunidade de reportar suas impressões sobre o que ocorreu em 21 de agosto (data do ataque que matou centenas de civis) e seguiremos buscando o apoio dos nossos aliados (…) que concordam com a necessidade de uma ação.

O presidente dos Estados Unidos informou ainda ter ordenado as Forças Armadas que estejam prontas para atacar a Síria, “caso a diplomacia fracasse”.

– Ordenei a nossos militares que permaneçam com o status atual, para manter a pressão sobre (o presidente sírio, Bashar al) Assad e ficar em posição para agir, se a diplomacia fracassar”.

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O presidente garantiu também que mesmo um ataque “limitado” das Forças Armadas americanas enviaria uma “mensagem” à Síria que faria esse governo pensar “duas vezes” antes de usar armas químicas.

– Mesmo um ataque limitado será uma mensagem a (Bashar al) Assad que nenhuma outra nação poderá enviar. Um ataque direcionado pode fazer que Assad ou qualquer outro ditador pense duas vezes antes de utilizar armamento químico.