Com a deflagração da greve de ônibus na região da Grande Florianópolis, os usuários do transporte público tiveram que buscar alternativas para chegar no trabalho na manhã desta terça-feira. Nos terminais de integração de Florianópolis, era possível ver somente poucos trabalhadores da Cotisa. Nos pontos de ônibus, as pessoas aguardavam as poucas vans disponibilizadas pela Prefeitura de Florianópolis.
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No Terminal no Centro, havia um movimento leve de passageiros por volta das 6h. Muitos chegavam de viagem da Rodoviária Rita Maria e foram pegos desprevenidos. Também havia muitos casos de trabalhadores do turno da noite, que pela manhã aguardavam uma alternativa para voltar para casa:
— Trabalhei das 22h às 6h no Centro, agora estou esperando chegar uma van para ir para casa, no bairro Capivari de Baixo, no Norte da Ilha — contou Hadder Fernandes.
O vigilante Rodrigo Vieira Emboava também estava na mesma situação:
— Saí do trabalho às 7h, agora estou tentando contato com a empresa para ver se eles têm um carro para me dar carona. Acho que os trabalhadores podem reivindicar seus direitos, mas não acho certo prejudicar toda a população _ comentou.
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A Prefeitura de Florianópolis havia anunciado que o sistema de vans como transporte alternativo começaria a funcionar às 5h30, porém somente por volta das 6h30 os primeiros veículos e fiscais da prefeitura chegaram no Ticen. Os usuários reclamaram da falta de organização:
— Estou há mais de uma hora esperando para ir para a Barra da Lagoa. As vans que param aqui só vão até a Lagoa — reclamou um senhor enquanto esperava debaixo da passarela do Rita Maria.
Norte da Ilha
Na porta das empresas Canasvieiras e Transol, o dia começou cedo. Às 4h50, um grupo de motoristas e cobradores já estavam reunidos em frente às empresas, para evitar tumultos e impedir que os ônibus fossem tirados das garagens. Eles fizeram questão de afirmar que todos os colegas estavam de acordo com a paralisação e que a luta deles é por todos, não por um grupo mínimo.
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Alguns trabalhadores ressaltaram, ainda, que além do salário defasado, eles lutam também por melhores condições de trabalho, o que seria um direito deles e dos próprios passageiros, quem eles acreditam que deveriam se manifestar, porque com ônibus sucateados, todos estão em risco.
Em alguns carros, o painel está caindo, o cinto de segurança do motorista não dá nenhuma “segurança” e os bancos dos passageiros estão soltos. Sem falar que, quando chove, a água vaza para dentro dos veículos.
Nas ruas e terminais no Norte da Ilha, as pessoas já estavam preparadas para a greve. Nos pontos onde deveriam passar os ônibus, os passageiros aguardavam pacientemente as vans enviadas pelas próprias empresas para levar seus funcionários.
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Na porta do Tican, somente uma pessoa não sabia da greve e mais uma não estava a espera de carro marcado.
O aposentado Luiz Carlos Meneguzzi, de Brasilia, havia acabado de chegar do Rio Grande do Sul e estava tentando ir até Canasvieiras, onde tem um apartamento. O jeito foi esperar uma van.
Já a dona de casa Maria Alves dos Santos precisava ir até o Cepon, onde tinha marcado uma pequena cirurgia. Enquanto conversava com a reportagem, dona Maria conseguiu uma carona que a deixaria na esquina do hospital, que fica no bairro Itacorubi.
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Terminal da Trindade
No Terminal de Integração da Trindade (Titri), apenas alguns funcionários da vigilância e da limpeza circulam no local pela manhã. Alguns usuários desavisados chegaram na expectativa de embarcar.
— Tinha exames para fazer no Estreito, além do aniversário da minha sobrinha, com um almoço especial ao meio-dia. O jeito é ir de táxi — lamentou a dona de casa Maurícia Bonan, 55 anos.
Nágila Souza Costa, 23 anos, trabalha com geoprocessamento em uma empresa em São José e também foi surpreendida ao chegar ao Titri, onde pegaria condução até o Centro e, depois, até o Continente.
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— Já vi outras greves, mas é a primeira vez que só fico sabendo em cima da hora — contou.
Em entrevista na manhã de hoje para o Bom dia SC, o prefeito de Florianópolis, Cesar Sousa Júnior, pediu paciência a comunidade e disse estar confiante de que a paralisação termine ainda hoje.
— Quem puder evitar no dia de hoje o transporte, evite […]. É um momento difícil que a prefeitura busca ao longo do dia poder resolver, e eu tenho muita convicção que até o fim do dia vamos resolver sim e vamos e vamos retornar o nosso transporte — afirmou Sousa.
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Os grevistas passaram a noite na tenda montada na Praça de Lutas, ao lado do antigo terminal de integração. Na manhã desta terça, o dirigente sindical Deonísio Linder disse que não foi possível evitar a greve:
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— Na reunião de ontem teve avanço na questão do estacionamento para os ônibus e também em um banheiro, que falaram que dentro de um mês vão construir ao lado da Cotisa. Mas acreditamos que é possível termos aumentos, pois no setor de transportes não tem crise. Aumentou o valor da passagem e aumentou o número de passageiros _ afirmou.