O futebol japonês experimenta técnicos de diferentes sotaques e métodos desde os anos 1980. A seleção contou com o brasileiro Zico na Copa do Mundo 2006. Hoje está nas mãos do italiano Alberto Zeccheroni, 60 anos.
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O estilo, a concepção tática, a ideia de trabalho mudam a cada dois, três temporadas, mas o Japão nunca sai da Ásia, quatro títulos da Copa das Nações da região em 20 anos. Manda no seu continente. Afunda quando muda de fuso horário.
Estreou na sua sexta Copa das Confederações, domingo, na Capital Federal, mal outra vez. Levou três gols do Brasil, agora tem 10 derrotas, com oito vitórias e dois empates no seu histórico no torneio que serve de testes para a Copa do Mundo de 2014. Sua vaga está garantida.
O problema não é mais falta de experiência, jogadores isolados em seus estádios de futebol, presos ao campeonato nacional. Os atletas ganharam verniz europeu nos últimos tempos, uma dezena dos convocados atua na Europa. Não são protagonistas. São coadjuvantes, reservas, mas sempre sérios e aplicados.
Um deles ganhou fama no Borussia Dortmund, onde foi campeão alemão. Mudou-se para o Manchester United e ganhou o título inglês de 2012/2013. Num exagero da torcida e dos jornalistas, Kagawa, 24, é chamado de “Messi japonês”. Exagero, mas ele divide com Honda, que atua na Rússia, o título de melhor jogador do país.
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Fisicamente Kagawa se parece com todos os outros colegas. O cabelo amarelo de Honda o faz diferente e logo reconhecido. A base do time é formada por um trio do meio-campo. O canhoto Honda fica centralizado, com Kyotake, do Nuremberg, da Alemanha, na direita, e Kagawa, na esquerda. Okazaki, do alemão Sttutgart, é o atacante. O time joga num 4-2-3-1.
Campeão da Ásia, Zaccheroni ajuda o Japão a conviver com a elite do futebol mundial, só que os resultados não agradam. Venceu a França e a Argentina, mas perdeu para a Jordânia e foi goleado pelo Brasil. Falta estabilidade ao time que nunca em sua história contou com jogadores tão experientes, tão acostumados a disputar os melhores torneios europeus.
Claro que a estreia foi considerada péssima, mas o treinador entende que a Copa das Confederações é uma experiência necessária. É disputada no mesmo país da Copa do Mundo, nos estádios do Mundial e nem sempre com um ambiente favorável, como a torcida que vaiou o time inteiro no Estádio Mané Garrincha.
Perder para o Brasil, dono da casa, pode ser aceitável. Ser derrotado pela Itália, nem tanto. O Japão espera muito da atual geração de jogadores. Nas primeiras entrevistas no Brasil, o técnico parecia otimista, mesmo na luta contra uma seleções da elite mundial. Só não esperava enfrentar a seleção da pátria-mãe tão cedo. Disse que as sensações do coração ficam de para depois, na sua profissão não dá para escolher uma equipe, não dá para ter um lado só. O treinador Zaccheroni é tão japonês quanto Nagamoto, que defende a Inter de Milão.
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