Um dos momentos mais esperados durante o júri do caso conhecido como a ‘chacina em Penha’ ocorreu perto do meio-dia desta quarta-feira. Luiz Carlos Flores, o Liquinha, acusado de matar quatro pessoas da sua própria família, falou em juízo.
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Sobre o dia do crime, diz apenas lembrar de ter chegado em casa após usar drogas.
– Lembro de ter ido de tarde no meu trabalho e mentido para a minha chefe, dizendo que estava com dor de coluna, por isso não fui trabalhar naquele dia. Depois voltei pra casa. No caminho, tomei cinco cervejas e comprei duas buchas de cocaína. Quando entrei, minha mãe fez bolinho de carne e deixei debaixo da cama, no quarto. Lembro de ter cheirado a outra bucha e depois só dos policiais já na casa. Não lembro de ter matado ninguém, mas sei que fiz isso porque estava no mundo da droga.
Liquinha afirmou ter consciência do que fez, mas que foi motivado pelas drogas.
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– Hoje sou um homem melhor, quero construir uma família. Sei que sou culpado, mas agora saí do mundo da droga.
Antes de Liquinha outras sete pessoas prestaram depoimento, a maioria de familiares que relataram o comportamento agitado de Liquinha no dia do crime e de um policial que participou da investigação. O psiquiatra Marcos Zalescki, que realizou teste de sanidade no acusado, também foi ouvido. Para o especialista, não há doenças mentais em Liquinha.
– Considero ele uma vítima das drogas, mas responsável pelos atos -, disse o médico.
O júri segue em Florianópolis e deve terminar no início da noite.
:: Irmãs de Liquinha contam que perdoaram o irmão, mas sentem medo que ele saia da cadeia