O sucesso de qualquer empresa que atua no ramo gastronômico passa por saber dosar o tempero e fazê-lo ser agradável ao consumidor. No caso do Esfihão, o diagnóstico realizado pelo Sebrae-SC era de que o empresário Sérgio Dias precisava acertar os mínimos detalhes em outra receita: a financeira.
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Com a ajuda de um colaborador, ele conseguiu renegociar os preços com fornecedores, economizar R$ 1 mil mensais e conhecer profundamente as finanças de seu negócio.
As instruções de preparo dadas pelo consultor Rafael Andrade incluíam anotar os custos dos ingredientes para cada produto, padronizar as porções, renegociar matérias-primas e custos com as operadoras de telefonia e do cartão de crédito (veja as dicas abaixo).
As orientações foram seguidas por Sérgio e pelo seu auxiliar administrativo Deinyffer Marangoni Quarti, 21 anos, que conta como foi o trabalho para reduzir os custos:
– Negociamos com a administradora de cartão e reduzimos a taxa, passando de R$ 110 para R$ 49 (por máquina). Também renegociamos com as operadoras de telefonia o plano, que era o mesmo há três anos e para o qual não havia novas ofertas. No fim das contas, pagávamos mais do que os novos clientes.
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Controle maior entra na rotina
Com as negociações, eles conseguiram alterar o plano, aumentando os minutos livres. Com essa diminuição de gastos, Sérgio contratou mais uma linha, de outra empresa. Apenas estas mudanças trouxeram R$ 300 de economia mensal.
Para auxiliar nesse trabalho, foi apresentada uma planilha eletrônica como ferramenta para anotação e controle da movimentação financeira detalhada. Rafael destaca que esta planilha demandará cerca de uma hora por semana para ser atualizada, mas é algo que precisa virar rotina.
Avaliando o processo, o empresário se diz muito satisfeito com o projeto, e revela que o sonho de abrir novas unidades está mais palpável.
– Minha preocupação foi em não aumentar o preço do produto. Fiquei feliz que conseguimos manter os custos e ainda negociar para melhorar o que oferecemos. Hoje eu tenho uma noção mais real do custo dos ingredientes e dos rumos para a empresa.
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Veja o que a empresa conseguiu cumprir do que foi sugerido pelo consultor:
Controle de custos
O empresário não controlava os custos fixos e variáveis. A orientação foi anotar todos os detalhes de pagamentos feitos e valores de cada ingrediente. A planilha eletrônica substituiu a versão usada pelo auxiliar administrativo. A nova permite projetar cenários de faturamento, custos e traçar o percentual de crescimento dos negócios. A tarefa demanda pouco mais de uma hora por semana na rotina de trabalho e é atualizada por Deinyffer.
Cobrança remota
Os pedidos com entrega em casa só podiam ser pagos em dinheiro por falta de uma máquina de cartão de crédito sem fio. A recomendação foi disponibilizar o equipamento e ainda negociar os valores com a operadora de cartão para reduzir os custos. Agora, o Esfihão tem uma máquina de cartão para delivery. A negociação com a administradora de cartão foi exitosa e reduziu o aluguel do equipamento em 45%. A taxa cobrada por transação permaneceu a mesma.
Negociar custos
Por não saber os próprios custos, o empresário não tinha condições de negociar os valores que pagava aos fornecedores. A recomendação foi usar os dados lançados na planilha para rever os preços praticados. Com base nos dados da planilha, o empresário comandou a negociação com as empresas. A marca do fermento, por exemplo, era a mesma há dois anos e agora foi substituída. O novo produto é R$ 0,20 mais barato e rende 20% a mais.
Solucionar a cobrança dupla de impostos
Alguns produtos sujeitos a substituição tributária eram contabilizados equivocadamente, o que provocava o pagamento duplicado do imposto. A dica do consultor foi buscar orientação com o escritório de contabilidade para evitar o desperdício que era, em média, de R$ 250 mensais. Houve uma reunião com o contador da empresa, que orientou a forma correta para lançar os dados dos produtos. Ele ainda explicou como evitar o pagamento duplicado do valor.
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Padronização dos ingredientes
Não havia padrão no tamanho das porções dos ingredientes, o que gerava desperdício e variação na quantidade de recheio. A consultoria indicou a busca por padronização. A sugestão dada por um dos 12 colaboradores foi de estabelecer o tamanho e separar os ingredientes antes do início do atendimento, a cada dia. As quantidades consumidas diariamente estão sendo anotadas para que o empresário saiba a real necessidade de compra no próximo mês.