O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, reuniu indícios de que o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), teria recebido R$ 5 milhões do dono da OAS, José Adelmário Pinheiro, o Leo Pinheiro, condenado nas investigações da Operação Lava-Jato. A menção ao pagamento está presente em uma troca de mensagens entre o empresário e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

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De acordo com o periódico, na conversa via WhatsApp, o deputado reclama que o empreiteiro pagou a Temer e deixou “inadvertidamente adiado” o repasse a outros líderes peemedebistas. A informação sobre o suposto pagamento a Temer está em uma das manifestações do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavaski, que amparou a Operação Catilinárias, cujas buscas tiveram, entre os alvos, o presidente da Câmara.

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“Eduardo Cunha cobrou Leo Pinheiro por ter pago, de uma vez, para Michel Temer a quantia de R$ 5 milhões, tendo adiado os compromissos com a turma”, afirmou Janot, conforme reprodução no documento assinado por Zavaski.

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O jornal ainda divulga que, na sequência da troca de mensagens, Pinheiro solicitou à Cunha “cuidado com a análise para não mostrar a quantidade de pagamentos dos amigos”. A conversa estaria armazenada no celular do empresário da OAS. O aparelho foi apreendido em 2014.

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Em resposta à Folha de S.Paulo, Michel Temer enviou um extrato de cinco doações da empreiteira ao PMDB, que foram declaradas à Justiça Eleitoral entre maio e setembro de 2014. No total, os repasses atingem valor semelhante ao citado por Pinheiro, de R$ 5,2 milhões.

Por outro lado, a troca de mensagens entre Cunha e o empreiteiro indicaria que os R$ 5 milhões teriam sido repassados em uma única oportunidade. A natureza do pagamento (doação oficial ao partido, caixa dois ou propina) e a data de troca de mensagens são mantidas em segredo pela PGR.

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*Zero Hora