A menos de 15 dias da eleição, o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, esteve em Florianópolis neste domingo (18) e participou de um ato político recheado de críticas ao atual governo federal comandado por Jair Bolsonaro. Lula chegou na Capital no sábado (17) acompanhado da esposa, Janja, da ex-presidente Dilma Rousseff e desde então esteve com a comitiva do PT em SC, incluindo o candidato ao pelo partido governo Décio Lima e o nome da coligação que disputa do Senado, Dário Berger.  

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O comício deste domingo ocorreu na na Praça Tancredo Neves no Centro de Florianópolis, que foi tomada por apoiadores e militantes partidários. A campanha deixou clara a atual estratégia do partido: apostar no voto útil para tentar vencer ainda no primeiro turno. Em um discurso de cerca de 40 minutos, o candidato direcionou boa parte do tempo a repetir críticas que vem fazendo a gestão de Bolsonaro. 

O petista citou os valores pagos nos auxílios emergências e a duração dessas políticas públicas. Também criticou a condução do governo no combate à Covid-19. Ele reforçou a crítica feita por Décio Lima sobre os investimentos de Bolsonaro em Santa Catarina e mencionou que sua vinda é uma resposta a Jorginho Mello. O senador e candidato ao governo de SC pelo PL disse que Lula não teria apoio no Estado.

— Eu costumava dizer que nunca antes na história desse país e eu queria que nós passássemos a desafiar os bolsonaristas para eles mostraram uma obra que ele fez aqui nesse Estado — disse Lula. 

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O candidato prometeu que se eleito vai criar um ministério voltado para políticas de mulheres e recriar o Ministério da Pesca e a pasta da Cultura. Lula propôs também a criação de comitês culturais nos estados.  

 O petista também prometeu acabar com o orçamento secreto. Com a bandeira do Brasil nas mãos, aproveitou para alfinetar a apropriação do item por apoiadores de Bolsonaro. 

— Ele diz que a bandeira é o Brasil, mas eu quero dizer para ele que o Brasil não é partido. O Brasil é o nosso país. Essa bandeira [do Brasil] não é de partido. Essa bandeira é de 215 milhões de brasileiros — completou. 

Antes mesmo de Lula entrar no palco, o pedido dos organizadores foi que o nome de Jair Bolsonaro (PL) não fosse citado pelos presentes. 

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— A estrela aqui é o presidente Luiz Inácio Lula Da Silva — esbravejou um dos apresentadores do comício. 

Mesmo assim, vários pronunciamentos que antecederam o presidente vieram críticas nominais e até mesmo durante o discurso de Lula. 

Nomes como Randolfe Rodrigues, presidente da Rede, e Manuela D’Ávila do PCdoB também discursaram. As falas pediram a mobilização em torno da “virada de voto” na reta final da campanha.

— São 13 dias em que valem a democracia — disse Randolfe em discurso emocionado. 

A ex-presidente Dilma Rousseff elevou o tom das críticas e chamou de “tragédia” a atual gestão do Executivo Federal. Ela criticou as políticas públicas de Bolsonaro para mulheres e de assistência social. Assim como os demais, Dilma também reforçou a tese do voto útil já no primeiro turno. 

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— Nós precisamos acelerar a mudança. Não é só uma opção pessoal, mas uma forma de interromper esse circo de horrores — disse Dilma. 

A passagem de Lula completa a agenda do presidenciável no Sul do país. Antes de Florianópolis, ele esteve em Porto Alegre e Curitiba. Segundo as pesquisas, a região é onde o candidato tem maior desvantagem em relação ao atual mandatário. Por isso, a missão do candidato nos Estados é buscar fortalecer o movimento pelo voto útil para decidir a eleição ainda no primeiro turno. 

Nas eleições de 2018, quando Lula acabou fora disputa, Bolsonaro teve uma votação expressiva no Estado: 75% dos votos contra 24% de Haddad, candidato apoiado pelo ex-presidente.

Em maio deste ano, a visita do então pré-candidato ao Estado foi cancelada dias antes do embarque. O motivo alegado pelo diretório do PT foram “questões logísticas”.

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Vaias e camiseta do Avaí 

Outro a discursar, o candidato do PSB ao Senado Dário Berger foi vaiado durante sua fala. Parte da multidão gritou “traidor” quando o político pegou o microfone. A acusação lembra o voto de Berger a favor do impeachment de Dilma. 

As vaias não se repetiram quando Lula declarou que o seu candidato ao Senado por Santa Catarina é Dário. Outra cena chamou atenção durante a fala de Dário. O candidato do PT recebeu uma camiseta do Avaí com os dizeres “Avaianos de esquerda”. O candidato fez uma foto com a camiseta do clube manezinho.

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