Por mais de 20 anos, Elon Musk tenta chegar à Marte via SpaceX, que é a empresa de foguetes dele. No último ano, o empresário também intensificou os esforços para viabilizar a vida fora da Terra, além da estadia no solo extraterrestre, segundo informações do O Globo.

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Três equipes da SpaceX estão trabalhando na “colonização” de Marte. Uma delas é responsável pelo design e pelos detalhes do que seria uma “cidade marciana”, segundo o The New York Times (NYT). O trabalho inclui elaborar planos para pequenos habitats em formato de domo, junto dos materiais que poderiam ser utilizados para construí-los.

Uma segunda equipe é a responsável pela confecção dos trajes especiais adaptados ao ambiente hostil do planeta.

O outro grupo é formado por médicos, e está pesquisando se humanos poderão ter filhos em Marte. Musk chegou a oferecer o próprio esperma para ajudar a semear uma colônia.

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A iniciativa busca um planejamento “mais concreto” para a vida em Marte, uma vez que o cronograma do bilionário acelerou. Em 2016, ele afirmou que levaria de 40 a 100 anos para que houvesse uma civilização autossustentável no planeta. Agora, a previsão é outra: ele espera que um milhão de pessoas estejam vivendo lá em cerca de 20 anos, conforme informou aos funcionários da SpaceX em abril deste ano.

— Há uma grande urgência em tornar a vida multiplanetária. Temos que fazer isso enquanto a civilização é forte — disse o bilionário, segundo vídeo publicado pela empresa.

Dificuldades para pousar em Marte

A Administração Nacional do Espaço e da Aeronáutica (Nasa), por outro lado, não tem expectativa de pousar humanos em Marte antes de 2040. Isso significa que a ambição de Musk, conhecida por ser ilimitada, agora é extrema. O planeta tem um terreno árido, temperaturas geladas, tempestades de poeira e ar impossível de respirar.

Mesmo assim, Musk segue apegado à ideia: o bilionário já chegou a dizer que planeja morrer em Marte. A maioria das seis empresas que ele lidera ou é dono estão trabalhando para que o sonho seja concretizado.

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A Boring Company, empreendimento privado de construção de túneis, se originou, em parte, para preparar equipamentos que escavariam a superfície de Marte. Ao NYT, Musk disse que comprou a X (antigo Twitter) para provar um ponto: como um governo liderado por cidadãos que governa por consenso pode funcionar em Marte.

O bilionário também prevê que moradores de Marte irão dirigir a versão dos Cybertrucks com painéis de aço feitos pela Tesla, a empresa de veículos elétricos dele.

Musk já declarou que só acumula ativos — que incluem um pacote de remuneração da Tesla de aproximadamente US$ 47 bilhões (R$ 255 bilhões) — para que possa financiar os planos em Marte. A fortuna dele é avaliada em cerca de US$ 270 bilhões (quase R$ 1,5 trilhão).

Apesar do sonho antigo, das falas do bilionário sobre Marte e dos desenhos básicos de uma colônia no planeta divulgado pela SpaceX por volta de 2018, os detalhes acerca do planejamento da civilização não foram relatados anteriormente. Os planos foram mantidos em segredo, porque a SpaceX está sob um contrato de US$ 2,9 bilhões com a Nasa, que deverá, primeiro, enviar um foguete para a Lua.

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Sonho antigo

Musk é obcecado com o planeta desde que leu o romance de Isaac Asimov, ficção científica de 1951. O nome do livro é “Fundação”, e o empreendedor tinha 10 anos quando o leu. No livro, o personagem principal constrói uma colônia em uma galáxia para salvar a humanidade da queda de um império interestelar.

— Eles encontram um planeta muito distante do centro galáctico e tentam preservar o conhecimento humano e a civilização lá enquanto o centro da galáxia meio que desmorona — compartilhou Musk em uma entrevista, em 2013.

Elon Musk chegou a tentar comprar um foguete russo com o objetivo de chegar à Marte em 2001, disse Jim Cantrell ao NYT. Jim é um ex-funcionário da SpaceX, que visitou a Rússia com Musk naquele ano. Após três viagens, os russos não quiseram vender o foguete, e um oficial chegou a cuspir nos sapatos do empresário.

Foi em 2002 que ele fundou a SpaceX, empresa privada que fica em Hawthorne, Califórnia. Após criar foguetes parcialmente reutilizáveis, ela conseguiu alguns contratos governamentais, incluindo a Nasa. Nos últimos anos, a empresa começou a Starlink, serviço de internet via satélite que expandiu para o mundo inteiro.

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Com o objetivo de chegar à Marte, a SpaceX construiu a Starship, um foguete reutilizável com 120 metros. O foguete quer, imediatamente, levar astronautas da Nasa à Lua, embora ele, futuramente, poderá transportar moradores para Marte e também possa atuar como uma pequena estação espacial.

Uma nova versão da Starship poderá ter um espaço de convivência no “nariz”. Os planos estimam diversos andares de alojamentos, com comodidades que incluem pista de corrida e um cinema. Elon Musk chegou a postar, no X, um desenho do interior da Starship, que mostrava uma violinista pairando em gravidade zero enquanto toca para uma plateia.

Para Marte, a Starship poderá levar 100 passageiros por vez para o planeta, viagem que ocorreria a cada dois anos, informou Musk ao Congresso Internacional de Astronáutica em 2016. De acordo com a Nasa, uma viagem à Marte, localizada a cerca de 225 milhões de quilômetros da Terra, levaria até nove meses.

Engenheiros da SpaceX se reuniram com pesquisadores de universidades e outras instituições em 2018 para uma reunião privada no Colorado, para discutir a tecnologia necessária para a sobrevivência em Marte, conforme notas da reunião obtidas pelo NYT. Entre os tópicos, estavam a coleta de gelo para fazer água e a seleção da área correta em Marte para a construção da colônia.

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Em 2023, as últimas versões da Starship foram construídas na Starbase, instalação da SpaceX em Boca Chica, Texas. No mês de junho, a Starship fez um retorno de sucesso, com um voo de teste que foi ao espaço pela primeira vez.

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*Sob supervisão de Andréa da Luz

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