Um caso considerado incomum para medicina surpreendeu funcionários de um hospital particular no bairro Pantanal, em Florianópolis. Dois bebês gêmeos nasceram com a diferença de um quilo na última semana. Os meninos vieram ao mundo prematuros e, por isso, seguem internados até que atinjam a idade gestacional e quilogramas necessários para receberem alta.
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Dayane Bogoni deu à luz a Daniel e Emanuel no dia 12 de junho, mas precisou ser internada cerca de uma semana antes. Ela relata que, no dia 7 de junho, durante uma consulta de rotina, a obstetra percebeu que ela estava com a pressão alta e pediu sua internação.
Mãe dá à luz a bebê no vestiário de empresa no Oeste de SC
As equipes médicas, então, começaram os trabalhos para tentar estabilizar a pressão arterial da mãe e também amadurecer os pulmões das crianças, que poderiam vir ao mundo antes do prazo. Mas, durante os exames, um novo susto: a ultrassom mostrou que os garotos estavam com tamanhos diferentes. Enquanto que Daniel tinha dois quilos e 41,5 cm, Emanuel estava com apenas 1,2 quilos e 36 cm.
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Por conta desta condição, caso o parto não fosse realizado rapidamente, o bebê menor poderia não resistir. O medo tomou conta de Dayane, que foi rapidamente amparada e orientada pelos profissionais.
— Os médicos agiram rápido em controlar a pressão e fizeram de tudo para que eu ficasse calma. Eu jamais esquecerei o que o doutor Cláudio Canabarro fez por mim. Durante meu nervosismo, ele pegou na minha mão e disse: “fica calma, estou contigo”. Depois levantei, perguntei se eu podia passar batom para receber os meus filhos e ele respondeu: “lógico”. Aquilo foi tudo pra mim — se recorda a mulher.
Os gêmeos, então, vieram ao mundo saudáveis, mas seguem no hospital até que atinjam o tamanho ideal e amadurecimento pulmonar, obtidos a partir da 36ª semana gestacional.
Dayane é casada há 17 anos com o esposo Erico Martins. Fruto da relação, são pais de Davi, de 7 anos. Curiosamente, nenhum dos dois tem histórico de gêmeos na família. Para além do apoio da equipe neonatal, contou com amparo de familiares e, principalmente, do marido. A expectativa agora é reunir a família toda em casa.
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— Meu esposo é muito positivo em tudo. Tudo aconteceu no tempo de Deus. Somos abençoados por termos um atendimento de qualidade e por nossos meninos, mesmo tendo nascido antes, estarem bem na medida do possível. As expectativas são as mais positivas possíveis [para eles irem pra casa], porém, respeitando o tempo deles — pontua a mãe.
Veja fotos dos bebês
Por que os bebês nasceram de tamanhos diferentes
O médico Cláudio Canabarro, obstetra do hospital, acompanhou o parto de Dayane e, segundo ele, o caso dos gêmeos não é raro de acontecer, mas é incomum. Isto porque, quando ocorre de um gêmeo crescer mais que o outro, comumente eles ocupam a mesma bolsa amniótica ou placenta e, durante o crescimento, pode ocorrer a transfusão feto-fetal, que é quando um feto absorve mais nutrientes que o outro.
No entanto, o que chama a atenção é que Daniel e Emanuel estavam em ambientes uterinos diferentes. Emanuel, inclusive, nasceu empelicado. O especialista ainda reforça que a gravidez gemelar, na maioria das vezes, oferece riscos e é comum que os bebês nasçam prematuros.
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No caso de Dayane, o que pode ter ocasionado a disparidade nos tamanhos dos meninos, segundo o médico, é a condição da pressão arterial de Dayane. Por isso, os meninos precisaram ser tirados antes do tempo.
— Ela estava desenvolvendo pré-eclâmpsia. E isso colocava em risco tanto os bebês quanto a mãe. Resolvemos interromper a gravidez porque um tinha parado de crescer e, eventualmente, poderia ir a óbito. E, quando nasceu, era menor do que a gente imaginava — conta Canabarro.
Ainda conforme o médico, os meninos respiram sem ajuda de aparelhos, estão evoluindo bem a cada dia e, agora, só precisam aguardar completarem a idade gestacional para saírem do hospital.
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