O presidente Jair Bolsonaro entregou uma carta ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), em que pede que o texto da medida provisória 870 seja aprovado pela casa legislativa do mesmo jeito que veio da Câmara dos Deputados. O documento foi assinado pelos ministros da Justiça e da Segurança, Sergio Moro, da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e da Economia, Paulo Guedes.
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Alcolumbre divulgou imagem do documento no Twitter nesta terça-feira (28). Na postagem, ele afirma que levou a carta "ao conhecimento dos líderes partidários".
Aprovado pela Câmara, o texto deixa subordinado o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) ao Ministério da Economia — e não ao da Justiça e da Segurança, de Sergio Moro, como pedido pelo texto original do Executivo — e modifica a estrutura do governo, reduzindo de 29 para 22 o número de ministérios. Na carta, o Executivo afirma que "respeita e acata" as alterações.
A carta lembra ainda que, caso a MP não for aprovada até o dia 3 de julho, perderá validade e as mudanças feitas pelo governo podem ser desfeitas.
Levei ao conhecimento dos líderes partidários a carta que recebi do presidente Jair Bolsonaro, nesta manhã, em que ele pede que a MP 870 seja votada pelo Senado sem modificações. A carta também é assinada pelos ministros Moro, Guedes e Onyx pic.twitter.com/PpBZuNm8Qj
— Davi Alcolumbre (@davialcolumbre) 28 de maio de 2019Continua depois da publicidade
A carta de Bolsonaro é o movimento final para a aprovação da reforma administrativa no Senado. Durante esta terça, Moro já havia admitido perder definitivamente a gestão do Coaf.
— Se for possível o Parlamento manter, ótimo. Se não for, paciência — afirmou o ministro em Lisboa, Portugal, onde esteve para uma palestra sobre combate à corrupção.
Na segunda-feira (27), Major Olímpio (PSL-SP), líder do governo no Senado, contrariou o presidente Bolsonaro e afirmou que iria lutar para manter o Coaf com Moro. Ele afirmava ter pouco mais de 30 votos, dos 41 necessários.
— Ele (Moro) agradeceu todo o esforço e disse que está preocupado com a estrutura do governo. Ele me pediu que eu ponderasse. Não dá para você defender uma situação em que o defendido não quer ser defendido — afirmou Olímpio.
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