Em Boston há 16 anos, catarinense que trabalha como motorista revela o que viu nas ruas da cidade após explosões

Alirio de Souza Jr., 43 anos, não estava no local das explosões, mas sentiu de perto os efeitos do atentado ocorrido em Boston nesta segunda-feira – duas bombas explodiram a poucos metros da linha de chegada da Maratona de Boston. Morador de Acton, cidade vizinha, há 16 anos, o catarinense, natural de Imbituba, trabalha como motorista, e viu nas ruas um cenário de desespero.

– Nunca imaginei ver uma cena dessas. As pessoas assustadas nas ruas, o clima de apreensão, todos tentavam entender direito o que aconteceu – conta ele, que ouvia as notícias pelo rádio do carro enquanto ligava para a espora e os filhos para se certificar de que estava tudo bem.

Foi ao passar pelo aeroporto internacional de Boston, pouco mais de trinta minutos após a segunda explosão, que Alirio se deu conta da gravidade da situação.

– Quando vi o FBI intervindo no aeroporto, os policiais buscando pistas e reforçando a segurança, soube do que se tratava. Felizmente, não estávamos perto do local, pensei.

Segundo Alirio, o clima entre os americanos é de medo. Apesar de ainda não haver confirmação, a população acredita que os atentados tenham sido planejados por grupos terroristas.

– Estamos muito tristes e abalados, como toda a cidade. O acontecimento trágico certamente vai gerar outras consequências terríveis na vida da população _ afirma Alirio, que recebe a visita dos pais em Boston e já pensa, inclusive, em abreviar a passagem deles pela cidade americana.

Por telefone, Alirio conversou com a reportagem do Diário Catarinense e relatou o que viu nas ruas de Boston.

ENTREVISTA

Diário Catarinense – Como você recebeu a notícia das explosões?

Alirio de Souza Junior – Soube de tudo pelas rádios. Como não podia deixar de ser, as emissoras estavam acompanhando tudo. Foi um evento que pegou o país de surpresa, ninguém esperava.

DC – Como foi a reação das pessoas nas ruas?

Alirio – Pareciam não acreditar. Tinha muita gente correndo, pessoas assustadas, apreensivas. Foi muito triste, trouxe uma lembrança muito ruim para os americanos.

DC – E você, teme algum outro ataque?

Alirio – Eu moro em Acton, cidade vizinha a Boston, há 16 anos. Nunca tinha presenciado um fato desses, fiquei chocado. Ao passar em frente ao aeroporto, vi o FBI agindo, muitas pessoas sem saber para onde ir ou o que fazer. Mas não adianta ter medo.