Demorou exatamente uma hora e 12 minutos desde o início do evento para que o governador Raimundo Colombo falasse nesta terça-feira à noite, em Blumenau, as seis letras que parte dos presentes esperava: Fundam, o Fundo de Apoio aos Municípios. Foi discretamente em meio a uma série de slides sobre crise econômica e ações em Santa Catarina que Colombo confirmou a verba – que ocorreu com a formalização da assinatura do contrato com o BNDES – e divisão dos R$ 700 milhões que serão distribuídos para todas as 295 cidades de Santa Catarina.
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Para Blumenau e região, duas obras que entraram nesse pacote sairão do papel. A primeira anunciada foi do Centro de Convenções – estrutura que ficará anexa ao Setor 3 do Parque Vila Germânica. Uma equipe do governo do Estado já repassou essa informação ao município, que terá a partir de agora a liberdade para dar início ao processo licitatório. Como o projeto da estrutura já está pronto – foi feito com parte do lucro da Oktoberfest em 2016 –, a tendência é de que o andamento burocrático seja um pouco mais rápido em comparação a outras obras públicas. Serão 3,2 mil metros quadrados em um espaço com capacidade para 1,2 mil pessoas que tem a proposta de captar eventos empresariais e corporativos de médio porte.
Outra obra que entrou na divisão do Fundam 2 foi o contorno de Gaspar. Não aquele megalomaníaco, cujo valor estipulado era de R$ 300 milhões, considerado inviável pelo Estado, e sim uma solução alternativa sugerida pela prefeitura gasparense e capitaneada pelo prefeito Kleber Wan-Dall (PMDB). A ideia é desafogar o fluxo de veículos da Rodovia Jorge Lacerda utilizando vias que passem dentro dos bairros em Gaspar a partir do Bela Vista até as proximidades do pátio do Deinfra, já na rodovia. A missão é adaptar as ruas, alargá-las e ligá-las para então formar uma estrada que tenha condições de receber os veículos que querem escapar tanto da BR-470 quanto da Jorge Lacerda. O valor dessa obra não foi confirmado e caberá à definição da prefeitura de Gaspar a oficialização por meio da licitação.
A expectativa era de que o governador divulgasse também recursos para a continuidade nas obras do Complexo Penitenciário de Blumenau, na Ponta Aguda. Sem caixa, Colombo se resumiu a dizer que não há condições nos dois últimos meses do ano e que a continuidade nas conversas quanto ao assunto ficará para o ano que vem.
– Reconheço que Blumenau foi parceira do Estado, já que construir penitenciárias sempre é uma encrenca, mas nesse momento não há recursos disponíveis. No ano que vem me comprometo a colocarmos esse assunto em pauta novamente – destacou o governador.
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Falta a construção de um presídio anexo à Penitenciária Industrial e também do prédio para receber detentos do regime semiaberto.
Tom elevado quanto à revitalização da Jorge Lacerda
Em seu discurso, o vice-presidente regional da Federação da Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Ronaldo Baumgarten Júnior, elevou o tom na cobrança quanto à revitalização da Rodovia Jorge Lacerda. A alegação do dirigente – que é filiado ao PSD, mesmo partido de Raimundo Colombo – é de que a obra não engloba a via como um todo ao se referir aos trechos em que é municipalizada.
– Essa reforma só poderá ser realmente comemorada quando for feita em sua totalidade, envolvendo os municípios de Blumenau, Gaspar e Ilhota – aponta Baumgarten.
Por fim, a cobrança da alta cúpula têxtil deu certo. Em meio aos burburinhos da possibilidade de aumentar os impostos para as indústrias do setor, Colombo garantiu que essa elevação aos tributos não vai ocorrer – pelo menos até 2018, claro. A afirmação foi complementada por uma salva de palmas e sorrisos nos rostos das dezenas de empresários que lotaram o auditório do Centro Empresarial de Blumenau, no Vorstadt.
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