Como esperado, o principal tema tratado por Mark Zuckerberg em sua palestra no Mobile World Congress (MWC) não foi o Facebook, tampouco o WhatsApp, sua nova aquisição de US$ 19 bilhões. O criador da rede social mais popular do mundo praticamente só falou sobre o projeto internet.org, lançado no ano passado em conjunto com grandes empresas de tecnologia.
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Zuckerberg subiu ao palco ao lado de David Kirkpatrick, da empresa Techonomy, jornalista e autor do livro O Efeito Facebook, que conta os bastidores da história da rede social. Começou falando sobre o aplicativo de mensagens recém-comprado pelo Facebook. O empresário falou que acha justo o valor pago pelo WhatsApp e se disse “muito empolgado em ter a oportunidade de participar dessa jornada”, mas logo mudou de assunto.
– Se nós conseguirmos fazer um bom trabalho com o WhatsApp e fazê-lo crescer, vai ser um empreendimento gigante – disse.
A partir daí, o principal tema da palestra foi a inclusão digital. Através do projeto internet.org, Zuckerberg quer levar o acesso à internet aos dois terços da população mundial que ainda não o tem. Ao lado dele, há empresas como a Ericsson, Nokia e Samsung. Ele falou que o projeto não é só teórico e já tem resultados práticos: nas Filipinas, o número de usuários da internet dobrou. Zuckerberg inclusive revelou que o início das negociações para comprar o WhatsApp de Jon Koum começou graças ao projeto:
– Por que nós estamos empolgados em fazer isso (manter o WhatsApp) juntos? Foi a filosofia do internet.org e a ideia de como nós podemos conectar o mundo.
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Zuckerberg ainda falou que pretende fazer o projeto crescer, buscando “três ou cinco” parceiros. Sobre a rentabilidade do projeto, ele avaliou que ainda não é hora de pensar em lucro:
– Estamos trabalhando há apenas alguns meses. Provavelmente, vamos perder algum dinheiro no início, mas nunca dei muita importância para isso. É algo bom para o mundo.
Uma outra ideia defendida pelo empresário é criar uma espécie de “911 da internet”. Ele se refere ao número de emergência dos Estados Unidos (algo como o 190 do Brasil). Com ele, seria possível acessar certas informações e ferramentas essenciais mesmo sem acesso à internet. Como exemplos, Zuckerberg falou em serviços de mensagem e informações sobre o tempo.
Ao final da palestra, ele ainda criticou a política da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) em relação ao acesso a dados pessoais e se recusou a responder sobre o Snapchat. Porém, quando foi novamente perguntado sobre o aplicativo de compartilhamento de fotos, fez piada:
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– Quando você acabou de comprar uma empresa por US$ 16 bilhões (sem contar os US$ 3 bilhões em ações a serem pagos no futuro), há grandes chances de você provavelmente dar um tempo nas aquisições.
Kirkpatrick respondeu no mesmo tom:
– Tratando-se de você, eu não tenho certeza.
Zuckerberg ainda falou um pouco mais sobre o negócio com o WhatsApp:
– O WhatsApp definitivamente não vai mudar. Faz parte do acordo.