A coordenadora das Jornadas Literárias, Tania Rösing, realizou nesta sexta-feira (26) uma entrevista coletiva de avaliação da jornada. Na noite de quinta-feira, ela já havia sido objeto de uma homenagem por parte de Ignácio de Loyola Brandão e Alcione Araújo que havia levantado a dúvida: estaria Tania Rösing e pensando em se aposentar da jornada?

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– Sem a Tania, essa jornada acaba, e isso seria uma tragédia para a cultura não só de Passo Fundo como a de todo o Brasil – comentou Ignácio.

Portanto, era inevitável a pergunta à coordenadora das jornadas? Ela está de saída?

– Dizer que vou sair das Jornadas é dizer que vou sair da vida – rechaçou, antes de fazer a ressalva de que pensa, de fato em se afastar se não houver mais apoio por parte da Universidade de Passo Fundo e da Prefeitura Municipal de Passo Fundo:

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– A Jornada completou 30 anos e precisa de uma estrutura mais profissional, o que não se pode é ter uma única pessoa responsável por tudo. Eu já estou nos meus 63 anos, algumas pessoas que trabalham comigo também estão envelhecendo e não podemos ter tantas resistências dentro da própria universidade. Não tenho compromisso apenas com a UPF e com a prefeitura, mas com as pessoas que trabalham comigo – disse.

Ao falar dos números da Jornada, Tania saudou a venda de livros efetuada nos quatro dias como um dos reflexos positivos do evento para além de sua realização.

– Só nestes quatro dias e meio de jornada, foram vendidos 14 mil exemplares de livros, e os 10 mais vendidos são de convidados da Jornada – disse.

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Depois, voltou ao tema das dificuldades enfrentadas para pôr a Jornada em funcionamento e novamente criticou “as pessoas que não fazem evento na universidade” pelo que considera as resistências ao projeto.

– Quem não participa da organização sempre tem objeções a levantar: por que tanto show, por que contratar trupes de espetáculos? Mas a jornada atende a vários públicos, infantis, infanto-juvenis, adultos, e temos de trabalhar visando a todo esse público.

Ao informar que foram gastos R$ 4,2 milhões na organização desta jornada, ela também declarou que a presença constante da direção da universidade no evento e a garantia da prefeitura de que investirá mais na jornada sinalizam com melhorias no futuro.

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– Precisamos de uma estrutura profissional. Até agora tenho feito tudo. Trouxemos uma exposição que foi exibida nesta jornada, a Ecocartoons. Um dos curadores era o (chargista) Santiago e ele me ajudou a manter contato com a organização. Tudo certo, fui a Brasília uma semana antes da jornada e a secretária da organização que montou a exposição me disse que não havia encontrado transportadora para mandar para cá. Eu disse: “não tem problema, chegou a transportadora”, e peguei eu mesmo os 111 desenhos para trazer para Passo Fundo – disse.