Em um áudio de Mauro Cid obtido pela Polícia Federal (PF), três temas que podem comprometer os investigados, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, foram identificados: envio de U$ 25 mil ao endereço da família Bolsonaro, venda de estátuas de palmeira e barco folheados a ouro e recebidos pela comitiva brasileira em 2019, e a negociação para levar a leilão os kits recebidos na Arábia Saudita. As informações são do g1.
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A mensagem, conforme a investigação, foi enviada para o assessor especial do ex-presidente, Marcelo Câmara. O áudio foi coletado durante buscas da PF contra suspeitos de vender ilegalmente joias e presentes recebidos por Bolsonaro durante os quatro anos em que esteve na presidência. O valor das transações podem ultrapassar R$ 1 milhão.
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Durante a operação foram cumpridos mandados de busca e apreensão em Brasília, São Paulo e Niterói. De acordo com o g1, foram alvos da operação: Mauro Cid, Mauro Lorena Cid (pai de Mauro Cid), Osmar Crivelatti (também ajudante de ordens de Bolsonaro) e Frederick Wassef, advogado que defendeu o ex-presidente e familiares. Os crimes apurados, segundo a PF, são lavagem de dinheiro e desvio de bem público.
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O que diz o áudio, conforme a PF
— Tem vinte e cinco mil dólares com meu pai. Eu estava vendo o que, que era melhor fazer com esse dinheiro levar em ‘cash’ aí. Meu pai estava querendo inclusive ir ai falar com o presidente (…) E aí ele poderia levar. Entregaria em mãos. Mas também pode depositar na conta (…). Eu acho que quanto menos movimentação em conta, melhor né? (…) — disse Mauro Cid em áudio se referindo a 25 mil dólares.
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Marcelo Câmara, também ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, responde em mensagem de texto: “Melhor trazer em cachê”. Em seguida escreve: “Ok ciente”.
Logo em seguida, segundo a Polícia Federal, Mauro Cid relata, também em áudio, que não conseguiu vender nos Estados Unidos as esculturas douradas recebidas por Bolsonaro em 2019 em visita ao Bahrein. Ele fala que a operação não foi concluída e que ainda tentaria negociar com outra pessoa.
— Aquelas duas peças que eu trouxe do Brasil: aquele navio e aquela árvore; elas não são de ouro. Elas têm partes de ouro, mas não são todas de ouro. Então eu não estou conseguindo vender. Tem um cara aqui que pediu para dar uma olhada mais detalhada para ver o quanto pode ofertar, eu preciso deixar a peça lá, pra ele poder dar o orçamento. Então eu vou fazer isso, vou deixar a peça com ele hoje — diz.
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Na mesma mensagem, Cid diz também que o “kit” iria a leilão em fevereiro. Ele não detalha o kit, mas, segundo a investigação, a PF identificou que se tratava do kit de joias recebido por Bolsonaro na Arábia Saudita.
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