A dupla à frente da agência americana que está no centro do maior escândalo do governo de Barack Obama defendeu nesta terça-feira no Congresso as operações de espionagem.
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Entenda o caso: as revelações de espionagem que constrangeram os EUA
Entre as justificativas está a de que aliados estrangeiros também espionam os americanos.
Diante de deputados que analisam possíveis mudanças na lei de vigilância, em vigor há 35 anos, o chefe da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês), general Keith Alexander, negou que estivessem sendo monitorados indiscriminadamente milhares de cidadãos europeus. Os repórteres “não entenderam o que estavam olhando”, declarou Alexander, sobre as últimas revelações publicadas pelos jornais Le Monde (França), El Mundo (Espanha) e L’Espresso (Itália), com base em documentos fornecidos pelo ex-consultor da NSA Edward Snowden.
Entre as revelações, estão a de que foram interceptadas 70 milhões de chamadas telefônicas na França e 60 milhões na Espanha em um mês. Também foram relatadas operações semelhantes na Itália executadas pelos serviços americano e britânico.
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Alexander afirmou que as reportagens são “completamente falsas” e que serviços de inteligência europeus coletaram dados telefônicos em zonas de guerra e em outras áreas fora de suas fronteiras e compartilharam essas informações com a NSA. As informações divulgadas, segundo Alexander, “representam os dados que nós e nossos aliados da Otan coletamos em defesa dos nossos países e em apoio das operações militares”.
As denúncias se somaram às suspeitas de que o celular da chanceler Angela Merkel estivesse sendo vigiado pela NSA e de que 35 líderes mundiais foram espionados. O diretor de Inteligência Nacional dos Estados Unidos, James Clapper, também na audiência, afirmou que espionar líderes estrangeiros era um princípio básico das operações de inteligência e que os EUA são também alvo de espionagem de aliados, incluindo a União Europeia.
Obama consideraria proibir as escutas de líderes aliados
Políticos europeus com frequência não sabem de tudo que suas agências de inteligência fazem e “podem não estar familiarizados com o modo que seus serviços de inteligência trabalham”, declarou Clapper.
De acordo com o jornal The New York Times, na tentativa de conter a ira europeia com as denúncias, o presidente Barack Obama considera proibir as escutas de líderes aliados.
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O governo também desmentiu que as atividades da NSA tenham sido destinadas a reunir informação econômica. Obama, em entrevista à rede ABC sobre a NSA, sinaliza uma tentativa de se distanciar do escândalo.
– Damos a eles direção política. Mas nos últimos anos vimos que esta capacidade segue se desenvolvendo e crescendo (…) É a razão pela qual pedi uma revisão (das operações) para assegurar que aquilo que somos capazes de fazer não significa necessariamente que devamos fazer – acrescentou o presidente, que teria se negado a falar sobre a vigilância à chanceler alemã.