Estudantes de direito da Universidade de São Paulo (USP) instalaram nesta segunda, em frente ao prédio da faculdade, no centro da capital paulista, 111 cruzes para lembrar o número de presos mortos por policiais militares na Casa de Detenção do Carandiru, em 1992.

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Previsto para esta segunda, o julgamento de 26 dos 79 policiais acusados pelo massacre foi suspenso no início da tarde depois que uma jurada passou mal.

Além das cruzes, faixas, cartazes e bandeiras a meio mastro faziam parte do ato de luto pelo massacre. Segundo o representante do Centro Acadêmico de Direito, Renan Perlati, de 20 anos, a intervenção faz parte de uma série de atividades com as quais os estudantes pretendem discutir a política de encarceramento no Brasil:

– Eu nem mesmo era nascido quando ocorreu o massacre, mas não podemos esquecer o que aconteceu. Nossa ideia é fazer com que as pessoas, ao passar por entre as cruzes, lembrem que são todos seres humanos e que temos que ser contra qualquer tipo de massacre.

Além do ato que marcou o início do julgamento, os estudantes pretendem fazer, ainda neste ano, um mutirão jurídico em presídios paulistas para ajudar na regularização da situação dos detentos.

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– Existem muitos presos que já deveriam estar em regime semiaberto e ainda não estão – complementa Perlati.

O julgamento será retomado na próxima segunda-feira, dia 15. Com a suspensão, novos jurados serão escolhidos, e nenhum dos que foram selecionados poderá retornar, informou o Tribunal de Justiça de São Paulo.