Em sua coluna mensal no jornal The New York Times, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva escreveu que o PT precisa se renovar, além de retomar a comunicação com os movimentos sociais após a onda de protestos que se espalha pelo país.

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Para o líder petista, diferentemente do que afirmam analistas, as manifestações nas ruas não são rejeição à política, mas resultado da implantação de medidas sociais e econômicas tomadas na última década.

No texto, o ex-presidente afirma que o PT deve “recuperar as ligações diárias com os movimentos sociais e oferecer novas soluções para os novos problemas”. Lula também reiterou que “o Brasil dobrou o número de estudantes universitários, muitos de famílias pobres” e destacou que “houve redução drástica da pobreza e da desigualdade”.

Segundo o ex-presidente, a juventude atual não viveu a repressão da ditadura militar (1964-1985) e o aumento da inflação, na década de 1980, e do desemprego no país nos anos 1990. Por isso, escreveu Lula, é compreensível que ocorram protestos, uma vez que os manifestantes buscam a “melhoria da qualidade dos serviços públicos”.

Para o petista, a exigência de um transporte público mais eficiente ocorre porque “milhões de brasileiros” estão em melhor situação financeira. E complementa: “as demonstrações são resultado dos sucessos econômico, político e social do país”.

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Além da necessidade de melhora dos serviços públicos, Lula diz que os protestos significam vontade por instituições políticas mais transparentes e claras. No artigo, também defende a existência dos partidos políticos, muito criticados durante as manifestações.

“A história mostra que quando os partidos são silenciados e as soluções são buscadas à força, os resultados são desastrosos. Sem partidos não pode existir uma democracia verdadeira”, citou.

Lula destaca, ainda, o uso das redes sociais durante os protestos e diz que os jovens querem ser ouvidos. O ex-presidente também afirma que é “necessário pensar em novas formas de participação política e que as instituições devem usar as novas tecnologias como forma de promover o diálogo com a sociedade”.

No fim da análise, Lula elogiou a presidente Dilma Rousseff por propor um plebiscito para reformas políticas e, também, por pedir um compromisso nacional para melhorar a saúde, a educação e o transporte.

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Esse foi o segundo texto que Lula escreveu para o jornal The New York Times. O primeiro foi no começo de maio, logo após a morte do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, no qual comentou o cenário para a América Latina depois da morte do líder venezuelano.