Na esteira dos 100 anos de fundação do município de Canoinhas (12 de setembro de 1911) e dos 100 anos da Guerra do Contestado (cujo início a historiografia arbitrou em 22 de outubro de 1912, com o combate do Irani), o dia 15 de novembro de 2013 ostenta a efeméride dos 100 anos de instalação da comarca de Canoinhas, criada pela lei estadual 954, de 2 de agosto de 1913, e instalada em 15 de novembro de 1913.

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A “Sentinela do Planalto” antecedeu em quatro anos as comarcas-irmãs de Mafra e Porto União, só instaladas depois de já ultrapassada a questão de limites. O Paraná contestava, alegando posse, o domínio de Santa Catarina sobre o território além da Serra Geral, antes reclamado pela Argentina, derrotada em procedimento de arbitragem cujo laudo fora proferido pelo presidente Cleveland, dos EUA, em 1895.

Dada a recusa do Paraná de acatar decisões sequenciais do Supremo Tribunal Federal (de 1904 até 1910), todas favoráveis a Santa Catarina, patrocinado sobretudo pelo conselheiro Mafra, e também a recalcitrância da Justiça Federal em executar a ordem, a questão foi definida mediante polêmico acordo (1916) em que SC cedeu ao Paraná faixas de terra ao norte do Estado, mormente o núcleo urbano de União da Vitória (do lado catarinense do Rio Iguaçu) e os extensos campos de Palmas, ocupados (até então ilegalmente) por forças paranaenses.

Daí por que, na divisa entre os Estados, o município originado da parte meridional de Rio Negro recebeu o nome Mafra, assim como, antes, já fora nomeado, defronte à Argentina, Dionísio Cerqueira (militar que chefiou a delegação de demarcação resultante do laudo arbitral); e finalmente por que Canoinhas leva inscrito, como lema, o mais belo e venturoso dístico do Estado: catharinensis semper.”

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