“Apesar de figurar entre os Estados mais desenvolvidos do país, Santa Catarina está no topo de uma triste estatística, segundo a Organização Internacional do Trabalho: na faixa dos jovens entre 10 e 17 anos, mais de 18% têm alguma ocupação laboral. O fato é grave, pois o trabalho em tenra idade frequentemente leva ao abandono dos bancos escolares. Lugar de criança é na escola, onde pode desfrutar de um espaço único para lapidar a vida e integrar-se à era do conhecimento.
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Aqui no Estado, milhares de crianças são entregues a duras jornadas em olarias e na roça. No Nordeste, desde os oito anos muitas despendem até 10 horas por dia cortando pedras, no fogo, para obter a castanha de caju. Nas feiras, atuam no subemprego. Nas fábricas, lidam com fogos de artifício. Trabalhos árduos em ambientes insalubres que levam estes jovens a perder as próprias digitais – identidade que servirá para os cidadãos nas futuras eleições.
Ou seja, ao mesmo tempo em que nosso processo eleitoral é um dos mais avançados e ágeis do mundo, convive com o atraso da exploração dos jovens, que ficam privados de sua integridade física para votar. Um mundo digital sem digitais.
O trabalho infantil é crime e merece novos porta-vozes, além de atenção redobrada do governo. Se nós, cidadãos, já somos tributados em 36% do PIB somente em impostos, onde estão os investimentos para trazer à infância brasileira a educação e saúde que merecem? Temos uma segunda chance agora, com a sanção da lei que destina 25% dos royalties do petróleo na camada pré-sal para a saúde e 75% para a educação. É um momento especial, oportunidade de alimentar um número imensamente maior de crianças e jovens com o novo sal da formação educacional.“
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