Se especialistas previam um ano difícil em diversos ramos da economia, ao menos um segmento já vislumbra um cenário de oportunidades para 2015. É nas épocas de crise que o mercado imobiliário encontra algumas de suas melhores chances de negócios, investindo com uma visão de futuro. Para a Associação das Imobiliárias de Jaraguá do Sul, a regra se mantém. Se alguns setores acabam encolhendo, outros se expandem equilibrando as contas e garantindo um ano que deve fechar com crescimento.
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– Quem tem interesse ou precisa de um imóvel, este é o momento _ resume o presidente da associação, Juliano Girolla.
Sócio proprietário da Girolla Imóveis, Juliano explica que nos anos de crise e recessão o valor dos imóveis tende a chegar mais próximo à realidade, deixando de lado as excessivas margens de lucro da especulação imobiliária. Ele cita como exemplo um apartamento com suíte e dois quartos, duas vagas de garagem e em um bairro próximo ao centro. De R$ 400 mil, o imóvel já baixou para R$ 325 mil.
– O momento está bom para negócios. E quem tem dinheiro na mão tem um grande poder de barganha _ indica.
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Preferindo não relevar os índices de previsão de crescimento da imobiliária, Juliano indica que, mesmo com algumas incertezas do cenário nacional, o crescimento deve se concretizar. O que parece certo é uma mudança em alguns padrões de anos anteriores. Com a retração e as maiores dificuldades para liberação de financiamentos, quem compra é quem tem uma reserva de dinheiro.
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Proprietário da Leier Imobiliária, que atua apenas com vendas, Fábio André Leier também viu o valor de imóveis baixarem, em uma margem que chega a variar de 20 a 25%. Ele também vislumbra que essa é uma época de oportunidades, desde que as boas ofertas sejam escolhidas. Mais que isso, André cita que neste ano de instabilidade muitos investidores pensam em imóveis como uma garantia estável de investimento.
– Percebemos esse direcionamento, mas não pela valorização futura do imóvel. É muito mais uma forma de ter dinheiro investido, talvez tirar um aluguel e ter algo certo como alternativa a uma poupança, por exemplo.
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Na Leier, a expectativa para o ano é de estabilidade: nem crescimento, nem recessão. Após começar o ano com uma projeção pessimista, março surpreendeu com bons resultados e abril se estabilizou.
– O que ocorre agora é que a venda é mais trabalhada, precisa entrar em contato com o cliente com mais frequência, levá-lo para olhar diversos imóveis. Hoje o cliente não compra por impulso, ele pesquisa mais e busca qualidade, melhores preços e condições _ explica.
Diferentes perfis
Luiz Sergio de Assis Pereira Júnior, que foi presidente da Associação até dezembro e hoje é membro de seu conselho, concorda. Ele usa seu próprio negócio, a Engetec Imóveis, para exemplificar que há uma divisão em três perfis de imóveis: os financiados pelo programa Minha Casa, Minha Vida nas faixas 2 e 3, com valores de até R$ 145 mil; os de médio padrão, na faixa de R$ 200 a R$ 600 mil; e os de alto padrão, acima dos R$ 600 mil. Para cada perfil, há diferentes previsões.
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Devido à elevação dos juros, os clientes do Minha Casa, Minha Vida tendem a diminuir neste ano. De 2009 até 2013, essa faixa apresentou um crescimento anual de 20%, porém nos últimos dois anos o crescimento baixou para 12% – e deve manter-se nesse patamar. Para os imóveis de médio padrão, a média era de 10% de crescimento anual, índice que se elevou para até 18% nos últimos 24 meses. O motivo são as linhas de crédito criadas por bancos privados. Já para os imóveis de alto padrão, que crescia de 5 a 10% ao ano, o percentual baixou para 2 a 6%. Esses clientes muitas vezes aguardam a passagem de momentos de crise antes de investir.
Com esse panorama de dados e com base nas movimentações econômicas e políticas nacionais, Luiz Sergio conta que realizou um planejamento pessimista em relação a 2015. Porém, os quatro primeiros meses do ano mostraram que as previsões foram equivocadas.
– Fizemos uma previsão de crescimento de 15% da imobiliária, vindo de um cenário no qual se crescia de 20 a 30% ao ano. Porém, só nesses primeiros três meses já crescemos 10%. Com dois lançamentos desse ano, teremos 18% até outubro, já superando nossas previsões _ conta ele.
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Na mira das construtoras
Luiz Sergio lembra ainda que o cenário local está fortalecido. A chegada de projetos de grandes construtoras mostra isso. Duas empresas, uma de Joinville, outra de Minas Gerais, estão investindo em novos empreendimentos imobiliários para a cidade, evidenciando o crescimento da região.
Para Juliano Girolla, o fato se justifica pela economia forte da cidade. As empresas jaraguaenses e o parque fabril diversificado mantêm a economia aquecida, apesar do instável cenário nacional, mostrando que os fatores locais têm forte influência.
– Jaraguá do Sul é uma ilha de prosperidade. Enquanto as fábricas estão bem, o mercado imobiliário está bem. Não se descola o cenário imobiliário da situação econômica local _ acrescenta ele.
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