Na acareação promovida nesta quarta-feira, em Curitiba, pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras entre ex-executivo da Toyo Setal Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, apenas o primeiro respondeu a perguntas dos membros do colegiado. Um dos delatores do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava-Jato, Mendonça reafirmou à CPI o que disse à Justiça.
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Segundo Mendonça, havia um “clube de empreiteiras” que combinavam resultados de licitações na Petrobras. Ele disse ainda que repassou, por meio de intermediários, propina aos ex-diretores da estatal Renato Duque e Paulo Roberto Costa. Apesar de se manter em silêncio, Renato Duque, por diversas vezes, chamou Mendonça de mentiroso.
– O senhor Augusto Mendonça é um mentiroso, mente na delação e sabe que está mentindo aqui, mas, por orientação dos meus advogados, vou permanecer em silêncio. Ele é um mentiroso contumaz. É um absurdo alguém dizer, na delação, que entregou vultosos recursos a uma pessoa chamada “tigrão” (pessoa que receberia dinheiro em nome de Renato Duque, segundo Mendonça) – disse Duque.
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Mendonça rebateu:
– Confirmo tudo o que disse nos meus depoimentos.
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Esse é o terceiro dia de trabalho da CPI na capital paranaense para ouvir presos em diversas fases da Lava-Jato. À exceção do presidente da empresa Odebrecht, Marcelo Odebrecht, que respondeu a parte dos questionamentos da comissão, e Augusto Ribeiro de Mendonça, todos os demais convocados optaram pelo silêncio.
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Perguntado sobre a atuação da advogada Beatriz Catta Preta no processo de assinatura do acordo de delação premiada, já que a advogada fazia a defesa de Paulo Roberto Costa e outros acusados que optaram por colaborar com a Justiça, Augusto Mendonça disse que ela agiu “de forma profissional”. Segundo o executivo, a advogada não compartilhou com ele informações prestadas por outros clientes dela. Convocada pela CPI, Catta Preta disse que foi ameaçada pela comissão e abandonou o caso.
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