Nesta quinta começa a distribuição dos kits aos atletas que vão participar da 9ª edição do Ironman Brasil, domingo, em Florianópolis. No meio das feras do triatlo brasileiro e internacional, um grupo catarinense vai tentar repetir o feito do ano passado.

Continua depois da publicidade

Luis Antonio Pereira de Lima e Valeria Rosati foram os competidores de Santa Catarina melhores colocados e sonham alto novamente.

Ambos treinam no Ironmind, equipe que reúne o maior número de triatletas desta edição da prova. Dos 65 integrantes do grupo, 29 vão participar da competição. O idealizador e treinador é um ex-campeão. Roberto Lemos foi o primeiro colocado da categoria 30 a 34 anos no Ironman de 1998, no Havaí. Foi o segundo melhor amador, 25º colocado no geral.

Engenheiro quer voltar ao Havaí

Em 2008, o triatleta Luis Antonio Pereira de Lima, 28 anos, terminou a prova em 22º lugar na classificação geral. Foi o primeiro catarinense a cruzar a linha de chegada e o quarto melhor colocado na sua categoria, de 25 a 29 anos. Assim, conseguiu uma vaga no Mundial do Havaí, feito que ele espera repetir este ano.

Continua depois da publicidade

O número de vagas em cada categoria amadora depende do número de inscritos. Este ano são 124 atletas na categoria e são distribuídas três vagas no Havaí. Em 2008, eram cinco vagas e ele conseguiu a classificação com muito esforço. Muito mesmo. Tanto que na maratona, a última parte da prova, teve muitas cãibras e chegou a cair no chão algumas vezes.

Para evitar os contratempos como estes, a preparação foi dura.

– Este ano eu fiz treinos de mais volume, com blocos mais longos e de menor intensidade – conta o engenheiro, que divide seu tempo de treinamento com a faculdade de Educação Física na Ufsc e com as aulas particulares que leciona em disciplinas como física e matemática.

– Se eu conseguir a classificação este ano vai ser uma vitória maior do que a do ano passado, principalmente por ter menos vagas para o Havaí.

Por amor, não por dinheiro

Valeria Rosati, 44 anos, tem o mesmo objetivo de Luis Antonio. No ano passado, ela não conseguiu se inscrever como amadora porque já havia competido como elite até um ano antes da prova – o que obriga um competidor a participar da categoria profissional. Terminou em 10ª lugar entre os atletas de elite, foi ao pódio, recebeu premiação, mas ficou sem a vaga no Havaí.

Continua depois da publicidade

Este ano foi diferente. Valeria conseguiu se inscrever entre os amadores e vai competir com outras 20 atletas pela única vaga na categoria de 45 a 49 anos – faz 45 este ano e pode concorrer na categoria. Ou seja: abriu mão do dinheiro para ir em busca de um sonho.

Os treinos foram divididos com o trabalho (é funcionária pública e personal trainer). São entre duas e quatro horas diárias, com um treinamento mais puxado no final de semana, que pode durar oito horas. A cada fraquejada, um puxão de orelha do técnico.

– Quando eu choro, ele diz: “você não é mulherzinha”. E eu respondo: “sou sim” – brinca a atleta.

Tudo para melhorar o tempo do ano passado em 25 minutos e se candidatar à sonhada vaga no Havaí.

– Eu venho melhorando meu tempo em 30 minutos a cada ano. Se mantiver o ritmo, eu tenho grandes chances de conseguir a vaga – conta a triatleta, que começou a competir apenas em 2006 e já pode comemorar os resultados.

Continua depois da publicidade