O governo federal desapropriou 204,5 mil hectares de terras ao longo de 2007. Em comparação com o ano anterior, quando foram desapropriados 538,6 mil hectares, a queda foi de 62%. Entretanto, o governo afirma que o investimento na reforma agrária aumentou. Durante o ano passado, foram destinados à redistribuição latifundiária cerca de R$ 4 bilhões – o maior valor registrado nos últimos 10 anos, garante o ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Guilherme Cassel.

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Ele afirmou que não é possível avaliar a situação da reforma agrária no país usando apenas o número de desapropriações, já que outros mecanismos – como a compra de latifúndios, retomada de terras públicas e resolução de conflitos judiciais – também são utilizados para redistribuição de áreas para comunidades. O ministro disse que foram destinados cerca de R$ 1,4 bilhão para a aquisição de terras para a reforma agrária em 2007 e dados preliminares da pasta apontam para R$ 988 milhões destinados ao crédito para famílias assentadas e R$ 241 milhões para obras de infra-estrutura nas áreas.

– Diminuímos a meta sobre o número de famílias que seriam assentadas para aumentarmos os investimentos nos assentamentos já existentes – explicou Cassel, reconhecendo, no entanto, que, mesmo com o objetivo de beneficiar menos famílias, a meta de 2007 não foi alcançada. – Ainda não temos o número absoluto, mas não fechamos o número de assentados. A meta era assentar 100 mil famílias, mas conseguimos cerca de 70 mil – revelou.

Para a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o ano passado foi marcado pela ausência de medidas efetivas para reforma agrária. Segundo a entidade, foi um “ano perdido” por causa da falta de ações do governo e também por causa da greve do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no primeiro semestre, o que atrasou o andamento de diversas iniciativas.

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