Cristiane Laube Siebert preparava-se para lavar a garagem quando viu a motocicleta passar em alta velocidade em frente à sua casa, em uma estrada de chão no interior do bairro Rio Cerro II, em Jaraguá do Sul. Colado à motocicleta estava um carro. Havia recém pensando que se tratava de brincadeira de garotos quando escutou a batida entre os veículos. Assustada com o barulho, foi até o portão olhar se algo grave havia acontecido. Nessa hora, viu um dos motociclistas em pé, com uma arma em punho apontada para o carro, enquanto o outro motociclista ainda tentava se desvencilhar da motocicleta caída.
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>> Homem que ajudou a deter assaltantes estava desarmado e teve carro do filho roubado há três meses
A dupla da motocicleta recém havia assaltado um posto de combustíveis no bairro Rio da Luz e foi perseguida por um morador que assistiu ao roubo. A fuga e a perseguição pararam em frente à casa de Cristiane. Ao ver a cena, assustada, ela correu de volta para casa.
– Vi o carro dando a ré e pensei, na hora, que iriam entrar aqui para assaltar. Gritei para meu marido que era um assalto _ lembra ela.
Cristiane entrou em casa e fechava a janela da frente quando um dos bandidos alcançou-a. Pela janela, ele agarrou-a pela gola da blusa, apontando o revólver para seu rosto. Pedia pela chave do carro.
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Enquanto Cristiane ainda pensava em lavar a garagem, seu marido Claudio Carlos Siebert jogava videogame. Estava acabando a partida para ir buscar o filho, que trabalhava em uma empresa. Escutou os gritos da esposa e correu para acudi-la. No meio do caminho, pegou a arma que tem em casa, uma espingarda registrada.
– Sai aqui fora e vi ele apontando a arma para ela. Falei: “o que tá acontecendo aqui”? Nisso, ele apontou a arma para mim. Aí puxei o gatilho.
O assaltante caiu no chão com o impacto do tiro. Deixou a arma cair no gramado e correu para pular a cerca da casa, fugindo. Enquanto um fugia, Claudio avistou outro homem, também de capacete, dentro de seu pátio. Quando o bandido colocou a mão sob a roupa, como se fosse sacar uma arma, Claudio disparou novamente. O segundo assaltante também conseguiu pular o portão e fugir.
Nesse meio tempo, o homem que havia perseguido os ladrões de carro havia ativado a Polícia Militar, que já se direcionava para o local. Rapidamente eles chegaram. Um dos assaltantes conseguiu andar até casas próximas. Na primeira, gritou pedindo uma bicicleta para fugir. Os moradores não se intimidaram e mandaram-no embora. Na casa ao lado, ele ameaçou e pediu as chaves de uma motocicleta. Ao entregar a chave, a família empurrou o homem, que, enfraquecido pelo tiro, caiu. Foi ali que a Polícia Militar encontrou-o.
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Para encontrar o outro assaltante foram necessárias duas horas de busca. Ele foi encontrado já sem vida, dentro de uma plantação de palmeiras que pertence aos Siebert.
– Em 20 anos, nunca tive que usar essa arma. Eu apenas defendi minha família _ diz Claudio.
Claudio ainda deve chamado para depor, porém o caso deve ser analisado como legítima defesa. A família, que já havia vivenciado o medo de ter a casa furtada, há dois anos, agora tenta apagar as lembranças vividas em seu próprio pátio para conseguir, ao menos, um réveillon com alegrias.