Há quem diga que futebol é uma religião. Então, imagine o que é, para um fiel apaixonado, perder um dos jogos mais emocionantes da história do clube do coração. Foi o que aconteceu com José Acácio Piccinini, o sócio mais antigo do Joinville. Mas a explicação para ficar de fora da vitória por 2 a 0 sobre o Corinthians, no Ernestão, em 1985, é nobre: na mesma noite estava nascendo a sua filha Sarah.
Continua depois da publicidade
– Eu tinha me programado para ir ao jogo e tudo. Mas, aí, minha mulher teve que ir para a maternidade. Durante a cesariana, éramos eu e o médico preocupados em saber o resultado do jogo do JEC – conta Piccinini, aos risos.
O Joinville venceu por 2 a 0 com um futebol coletivo. E não foi uma vitória qualquer. Do outro lado do campo estava um gigante repleto de craques. O zagueiro era De León, defensor que também jogava na seleção uruguaia. O meio campo do Timão tinha o jovem Dunga e o experiente Zenon. No ataque, nada menos do que Casagrande e Serginho Chulapa.
Continua depois da publicidade
– Tinha um pediatra contratado para acompanhar o nascimento do bebê. Mas ele faltou naquele dia. Tinha ido ver o JEC – completa o torcedor.
Quem foi ao estádio viu um grande jogo. Logo no começo, Carlinhos fez excelente jogada pela esquerda e cruzou. O ponteiro João Carlos apareceu no meio da área e fuzilou para as redes.
Na sequência, Dunga deu suas credenciais. O volante fez falta dura e tirou Ricardo de campo. Foi a chance para o jovem Da Silva entrar no time do Joinville e mostrar o seu valor. O Timão reagiu, levando grande perigo ao gol de Walter Diab.
Continua depois da publicidade
Mas a noite era mesmo tricolor. Na segunda etapa, em nova trama pelo lado esquerdo do campo, Jacenir cruzou e Reginaldo chutou forte, sem chance para o goleiro Carlos.
O Corinthians era um grande time em 1985, com todos os seus craques. Mas o JEC mostrou que, diante de sua torcida, era um gigante a ser temido no futebol brasileiro.