Com a chegada dos anos 1980, muita coisa mudou. O nome do time foi uma das mudanças. O Palmeiras Esporte Clube se transformou em Blumenau Esporte Clube, eternizado como BEC.

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Após exatos 61 anos de fundação, no dia 19 de julho de 1980, os uniformes ganhavam um novo escudo com uma cor a mais: o vermelho bordô. No dia da estreia do BEC, um garoto de dez anos chamado Laerte Schimitz viu a nova equipe entrar em campo e anotou o placar e os dados da partida contra o Joaçaba, disputada no dia 31 de agosto de 1980.

O autor do primeiro gol foi o centroavante Aquiles Fernando Kupfer, mais conhecido como Cabinho, que achou o caminho do gol aos 27 minutos do segundo tempo para decretar a primeira vitória do Tricolor.

O garoto, que aterrorizava os irmãos mais velhos para ser levado ao estádio ou para ligar nas rádios para saber o resultado dos jogos do time do coração, anotou que o elenco daquele dia memorável era formado pelos goleiros Nilson, Arruda e Alexandre Borine; laterais Toninho, Torres e Saulo; zagueiros Celso Sauer, Paulo Cézar, Eduardo e Pedrão; ponteiros Pitter, Edney, Messias e Miltinho, e os centroavantes Lenilson e Cabinho. Todos comandados pelo técnico Rubens Salles. As anotações resistiram ao tempo até hoje pelo trabalho caprichoso do fiel torcedor Laerte, hoje com 49 anos.

Jogo entre BEC e Botafogo no Deba, em 1990.
Jogo entre BEC e Botafogo no Deba, em 1990. (Foto: Caio Santos, Arquivo Pessoal)

Fãs, como o então garoto Laerte, viram a equipe se desenvolver até chegar ao título da Série B do Campeonato Catarinense no ano de 1987, no dia 4 de abril, após o empate com o Figueirense. A campanha foi memorável, com 46 gols, 21 deles marcados pelo inesquecível Francisco Castão, que ficou eternizado na memória do torcedor como Chicão, o “artilheiro de Deus”.

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O treinador daquele time, Benedito de Assis, apelidado de Dito Cola, lembra que o time tinha dois elementos imprescindíveis: união e identificação com o torcedor.

– Chegamos um pouco desacreditados, mas tínhamos um futebol bonito e éramos muito unidos. Naquele ano conseguimos alcançar a cidade como um todo e a gente tinha a cara da região. Muita gente se identificou com o time, aquilo foi inesquecível. Guardo o Blumenau no coração, pois foi uma passagem maravilhosa na minha carreira – afirma emocionado o ex-treinador, aos 71 anos.

Vice-campeão catarinense em 1988

O ex-goleiro Braulino Pontes estava em campo naquele dia de abril, mas vestia as cores do Figueirense. No ano seguinte, mudou-se para Blumenau e passou a defender a meta do BEC.

– Depois da conquista da segunda divisão de 1987, a direção resolveu fazer uma seleção para disputar a Série A, contratou os melhores de cada time em cada posição. Tanto que no outro ano, nós estávamos disputando a final contra o Avaí, foi um ano muito bom – lembra Braulino.

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Histórico jogo entre BEC e Flamengo, em 1989.
Histórico jogo entre BEC e Flamengo, em 1989. (Foto: Junior Baron, Agência RBS, BD)

O único jogador que veio de fora foi Cesar Paulista para vestir a camisa 10 e comandar o meio-campo. Relembra que a chegada ao time gerou dúvidas:

­- Quando cheguei aqui, todo mundo ficou meio desconfiado, se estava no nível do BEC, porque era realmente um timaço. Até que em um dos treinos, a bola chegou em mim, matei ela e sai jogando, ali todo mundo ficou tranquilo.

Braulino e Cesar lembram que a diretoria ficou surpresa com chegada do time na final da Série A, pois o planejamento era ficar entre os cinco primeiros, na frente do Brusque, um forte rival.

– Chegamos na final, perdemos para o Avaí, mas ficamos muito contentes, pois já estávamos muito além da expectativa. O título bateu na trave – pondera Cesar.

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