Em menos de um mês na presidência interina, Michel Temer já perdeu dois ministros para a Lava-Jato. E é só o começo, porque outros graúdos estão na lista. Esse é o preço que ele paga pelo erro de ter nomeado políticos investigados ou afilhados de quem está atolado até o pescoço na lama do petrolão. É o caso de Fabiano Silveira, flagrado pelas gravações de Sérgio Machado, no momento em que deu conselhos ao dindo Renan Calheiros. É evidente que Silveira não tinha condições de permanecer como ministro da Transparência, Fiscalização e Controle. Seria até deboche manter à frente de uma pasta com esse nome alguém que, dias atrás, criticava a maior operação de combate à corrupção do país. O mais preocupante é que essas situações alimentam a crise política que continua emperrando o país. Para quem bate na mesa e afirma que não tem compromisso com o equívoco, Temer hesita demais em demitir seus ministros enrolados. Repetindo a estratégia da saída honrosa, Silveira fez uma carta de demissão no início da noite. Ouça o comentário:
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DOIS PESOS
Como já era esperado, o PDT expulsou o deputado Giovani Cherini porque ele votou a favor do impeachment. Apesar da mesma posição, o destino do senador Lasier Martins deve ser diferente. Um acordo com o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, está sendo costurado. Se Lasier se restringir ao voto e não criticar o partido, pode ser apenas suspenso.
NOVELÃO
Secretários da Fazenda dos Estados em pior situação financeira foram chamados para uma reunião, amanhã, no Ministério da Fazenda. Uma das ideias é de moratória até o final deste ano. O secretário Giovani Feltes (Fazenda) reconhece que não resolve, mas ajuda.
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CARAVANA
A presidente Dilma estará em Porto Alegre na próxima sexta-feira, mas desta vez não será apenas para visitar a família. Ela deve participar do lançamento do livro A Resistência ao Golpe de 2016, na UFRGS. Um ato na Esquina Democrática também está sendo avaliado. A agenda faz parte de um roteiro pelo país contra o impeachment.
20 DE SETEMBRO
Volta a ganhar corpo dentro do governo a retomada do projeto do Aeroporto 20 de Setembro, em Portão. A presidente Dilma só abandonou a ideia porque foi convencida pelo prefeito José Fortunati. À época, ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha acabou derrotado.