A psiquiatra Regina Coeli Martins Pinto, 57 anos, sabe bem do significado da frase “contra o pessimismo da razão, o otimismo da prática”, de Antonio Gramsci. Este é lema que rege o seu consultório no último andar do prédio localizado na rua Marinho Lobo.
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– Sou daquelas que acredita que o médico tem uma grande responsabilidade social – frisa.
Há 17 anos em Joinville, Regina diz que foi aqui que encontrou o seu espaço. Nascida e criada em São Luis, no Maranhão, a psiquiatra infantil, que formou família em Ribeirão Preto (SP), foi a primeira a atuar na área na cidade catarinense.
– Lembro que eu e meu marido (Ataide) vimos um edital na ‘Folha de S. Paulo’ anunciando vagas para psiquiatras em Joinville e foi aí que resolvemos nos mudar – lembra.
O casal de médicos, na época com duas filhas – Clarissa, de 13 anos, e Marcela, de 10 -, descobriram na cidade um lugar acolhedor e por aqui também tiveram contato com a corrida de rua, que há oito anos faz parte da rotina da família. Neste tempo, Regina já participou de 14 maratonas e 14 meia-maratonas.
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Tudo começou com a vontade de participar da São Silvestre, em São Paulo, e agora ela coleciona participações em competições na França, Alemanha e Espanha, onde neste ano alcançou seu melhor tempo em Barcelona.
– Gosto de provas de resistência, de começar e terminar correndo – afirma a maranhense, que sempre é acompanhada pelo marido. A médica tem um carinho especial pelos pacientes. Nestes 17 anos de atuação em Joinville, ela já atendeu mais de 14 mil crianças, sempre procurando também orientar os pais.
– As famílias estão terceirizando os filhos para as escolas. Não é o fato de trabalhar a maior parte do tempo, que os pais não tenham a responsabilidade de participar da vida dos filhos – argumenta a maratonista que lutou pelo movimento antimanicomial na década de 1980.
Regina se orgulha de ser a única da família a ter cursado medicina. Ela perdeu o pai muito cedo, aos 13 anos, e tem outros oito irmãos – todos ainda vivem em São Luis.
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– Estudava de dia e trabalhava de noite, mas isso fez muito bem para mim – conta.
A “doutora dos bilhetinhos”, como é conhecida pelo pacientes por gostar de deixar recados, é avessa a internet.
– Prefiro o contato pessoal. Esse negócio de mandar e-mail não funciona.
O próximo desafio de Regina será a meia-maratona de Pomerode, que ocorre no fim deste mês. Para manter o pique, ela corre, no mínimo, três vezes por semana, intercalando com caminhadas diárias.
– O exercício sempre fez parte da minha vida, e da minha família também. Tanto Marcela quanto Clarissa sempre praticaram esportes – conta.