Dia 10 de abril de 1970. Esta é a data em que “o sonho acabou” para muitos aficionados pela banda que havia transformado a música durante aquela década, quando Paul McCartney anunciou o fim dos Beatles. Só que, de certa forma, talvez tenha sido apenas um pesadelo. Os integrantes se aventuraram em novos projetos, mas deixando sempre uma ponta de esperança para uma reunião futura.
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A influência do grupo é evidenciada por artistas de estilos diversificados, e as canções passaram a ganhar as mais variadas versões. Outros preferem se dedicar exclusivamente a tocar as músicas dos Fab Four – as chamadas bandas cover, sendo que algumas delas conseguem alcançar a Beatles Week, que reúne fãs do mundo inteiro no Cavern Club todo ano.
Em Santa Catarina, desde 2009, aparece a Star Beetles, um tributo com sangue latino para dignificar a memória e o respeito ao maior fenômeno pop de todos os tempos. A formação reúne quatro rapazes argentinos, tentando reproduzir com fidelidade as roupas e músicas de várias épocas do conjunto original.
Nos verões recentes, o grupo fez shows nas terças-feiras de janeiro, em um conhecido point da Lagoa da Conceição, no Leste da Ilha de Santa Catarina. Durante os shows, a rivalidade entre as nações vizinhas é completamente esquecida, e todos são transportados para um pub mal iluminado de uma cidade portuária, como se entrassem em um túnel do tempo (aliás, nome de uma banda brasileira, respeitadíssimo cover do grupo inglês).
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Diário Catarinense – Qual é a importância de se caracterizarem como Beatles?
Sergio Casal – É poder mostrar momentos-chaves dos Beatles em sua evolução musical e visual, como os trajes negros dos primeiros anos, as “jaquetas de xerife” da primeira apresentação de um conjunto em um estádio na história (no Shea Stadium, em Nova Iorque, 1965), as roupas da capa do Sgt. Peppers e do Abbey Road. Claro que é impossível representar todos os figurinos, discos e épocas, porque nosso show não pode durar tanto assim.
Diário Catarinense – Qual foi o momento que você percebeu que gostava de Beatles?
Casal – Comecei a gostar a partir dos 14 ou 15 anos. Depois, passei a me interessar por astros mais antigos, como Elvis Presley, Chuck Berry e Little Richard. Então, descobri que os Beatles eram fanáticos por eles. Sinto-me hipnotizado com os arranjos vocais, os instrumentos “imperfeitamente” tocados, mas com grande musicalidade e criatividade. Lennon/McCartney será sempre a melhor dupla de compositores da história.
Diário Catarinense – Por quê Paul continua sendo um grande ídolo até hoje, inclusive entre os mais jovens?
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Casal – Pelo que foi, é um mito vivo, em minha humilde opinião. Ele também possui uma grande carreira solo. Os mais jovens tem ainda a possibilidade de acessar a internet e outros meios de difusão para conhecer a obra anterior e recente. Assim, Paul sempre será Paul e, por isso, segue sendo um ídolo.
Diário Catarinense – Por que você é o “Paul McCartney” da banda? Gosta também do Wings e da carreira solo do Paul?
Casal – Acredito que foi pelo simples fato de eu sempre ter tocado o baixo. Além disso, amo as canções e melodias do Paul. Interpretar as partes dele é um grande desafio, mas me dá uma grande satisfação. Gosto dos Wings, da carreira solo, mas nada me apaixona tanto quanto os Beatles.
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Diário Catarinense – Quando começaram os shows em Florianópolis, durante o verão?
Casal – Os shows começaram no verão de 2009/10, com o objetivo de juntar público de várias partes do país em um único lugar. Decidimos por aproveitar todo o movimento e o furor do verão brasileiro, já que Florianópolis é um dos pontos turísticos mais importantes da América Latina, se não me engano.
Diário Catarinense – Quantos shows do Paul McCartney você já foi?
Casal – Já assisti a dois shows do Paul na Argentina em 2010. Na primeira vez que ele veio a meu país, eu era muito pequeno e nem sabia direito quem era Paul McCartney.
Diário Catarinense – Vocês têm um show marcado para Brusque no dia 21 de abril, e dia 27 de abril em Porto União. Isso quer dizer que dia 25 de abril vocês estarão no show do Paul em Florianópolis?
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Casal – Está tudo certo para assistirmos ao show, se as coisas correrem bem.
Diário Catarinense – Como é a receptividade das pessoas em Santa Catarina, durante os shows? Você mantém contato com fãs dos Beatles/Paul McCartney de Santa Catarina?
Casal – Os catarinenses, assim como o restante do Brasil, são incríveis. A cada show, fico mais feliz em receber tantos elogios, que as pessoas tirem fotos ou peçam um autógrafo. Sinto-me muito bem-vindo em Santa Catarina. Também mantenho contato com várias pessoas, pois cada integrante da banda tem um perfil no Facebook, e assim elas podem ficar informadas sobre as próximas apresentações.
Diário Catarinense – Há uma grande rivalidade entre Brasil e Argentina (acentuada por causa do futebol). Vocês sentiram alguma dificuldade por isso, quando começaram a fazer shows no Brasil?
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Casal – Na verdade, a rivalidade é só pelo futebol. Na minha opinião, tanto brasileiros quanto argentinos se consideram irmãos. Obviamente, não faltam “brincadeiras” sobre Maradona, Pelé, Messi, Neymar, mas sempre foi apenas para divertir-se um pouco.
Diário Catarinense – Como você se sente colaborando, de certa forma, em manter a “beatlemania” viva em Santa Catarina?
Casal – Poder transmitir meu amor pelos Beatles aos outros é algo que me faz sentir bem. Creio que os Beatles foram a melhor banda da história, e manter isso vivo é algo importante para a cultura social e musical.
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