Ver o seu time jogar de forma ofensiva é o sonho de qualquer torcedor de futebol. No entanto, em alguns casos, é preciso avaliar o risco. E este foi o grande erro do técnico Pingo na noite desta sexta-feira.
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A escalação do Joinville não poderia ser tão ousada num confronto direto diante do líder da chave, fora de casa. Basta fazer o cálculo: um empate manteria os dois times próximos, com apenas dois pontos de diferença. Agora, o São Bento abriu cinco para o JEC restando três rodadas para o fim.
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Esta é a avaliação prática, sem observar o que foi feito dentro de campo. Durante os 90 minutos, ficou ainda mais claro como o Joinville deu espaços aos donos da casa. Pelos lados, o São Bento chegou ao ataque como quis. Zé Mateus e Alex Ruan foram superados na maior parte dos duelos individuais. O São Bento fez um gol, mas colecionou oportunidades. Poderia até ter goleado se fosse mais eficiente.
Quem deveria ajudar os laterais na marcação (pois, sabidamente, são dois jogadores fracos defensivamente) não o fez. Thiago Alagoano e Lúcio Flávio não cumpriram esta função. E é difícil exigir este papel de atletas sem estas características. Na semana passada, Lúcio até foi bem defensivamente, quando “salvou” Alex Ruan várias vezes. Nesta sexta, não conseguiu manter o mesmo ritmo — natural para quem tem 38 anos.
Para fechar o pacote de erros, atuações fracas de Matheus, Eliomar e Bruno Rodrigues. Renan Teixeira conseguiu fazer menos do que eles. Falhou na marcação nos dois gols, cometeu um grande número de faltas e ainda foi expulso de maneira infantil, mostrando um completo desequilíbrio. O capitão do Joinville não pode ter um comportamento tão destemperado como Renan teve.
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Sobre os demais: Matheus falhou no primeiro gol — estava mal posicionado (veja a imagem). A bola bate na metade da trave e entra. Não é um erro absurdo, mas há um equívoco de posicionamento. No segundo tempo, o goleiro também demonstrou insegurança, especialmente nas bolas aéreas.
Eliomar e Bruno Rodrigues erraram bastante na definição das jogadas. Isso é significativo. Sem eles bem no jogo, o sistema ofensivo do Joinville não funciona. Quando renderam, como na semana passada, a equipe foi bem.
O resumo geral da derrota é preocupante. O JEC tinha o melhor ataque, a melhor campanha no returno, 100% de aproveitamento na Arena, mas deixava a desejar fora de casa. Nesta sexta, voltou a apresentar esta oscilação como visitante. Com tantos erros somados (do técnico e dos jogadores), a classificação fica ameaçada. Se Tupi, Ypiranga e Botafogo-SP comprovarem o favoritismo neste fim de semana, o Joinville ficará uma rodada atrás dos rivais restando apenas três para o fim. Por este motivo, vale o reforço do título desta análise: o JEC foi castigado por uma estratégia sem necessidade.
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