O bilionário Elon Musk, 53 anos, está constantemente nos holofotes. Mais recentemente, o dono do Tesla, SpaceX e X (antigo Twitter) voltou à imprensa nacional e internacional após o Supremo Tribunal Federal (STF) realizar uma intimação online, no próprio X, derecionada ao Musk. O mandado, publicado em torno das 20h de quarta-feira (28) determina que o bilionário tem 24h para indicar um representante legal do X no Brasil.

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Em caso de descomprimento, o ministro Alexandre de Moraes advertiu que a rede social poderá enfrentar a suspensão das atividades no Brasil. Algumas horas depois, Elon Musk publicou no X uma sátira de Moraes como Sith Lord — vilão de Star Wars.

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Elon Musk compara Alexandre de Moraes a vilões de Star Wars e Harry Potter (Foto Divulgação, Redes Sociais)
Elon Musk compara Alexandre de Moraes a vilões de Star Wars e Harry Potter (Foto Divulgação, Redes Sociais)

Apesar de gerar repercussões na própria rede social com o receio dos usuários sobre o fim do X no Brasil, este fato representa um novo desdobramento de um embate já existente entre o bilionário e o a Justiça Brasileira. Entenda a linha do tempo de Elon Musk e como ele tornou-se alvo de intimação do Supremo Tribunal Federal brasileiro.

Linha do tempo de Elon Musk

Nascido em uma família rica de Pretoria, na Africa do Sul, no dia 28 de junho de 1971, Elon Musk é filho da modelo Maye Musk e do engenheiro mecânico e empresário Errol Musk e irmão de Kimbal e Tosca Musk.

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Aos 53 anos, Elon Musk foi casado três vezes, possui 12 filhos e um patrimônio estimado em US$ 195 bilhões.

A infância de Elon Musk

Descrito como uma criança criativa, Elon Musk criou e vendeu um video-game para uma revista de computação aos 12 anos. Essa conexão com a tecnologia se manteve em sua adolescência, período em que Musk preferia passar tempo com códigos e programação em detrimento de atividades sociais. Já que afirmou ter dificuldade de entender o “protocolo social” e por ter sido muito afetado pelo divórcio dos pais.

A separação aconteceu quando Elon tinha oito anos e o jovem passou a viver com o pai e o irmão Kimbal, já Tosca ficou com a mãe. Em 2017, Musk afirmou em entrevista para a Rolling Stone que essa decisão “não foi uma boa ideia”.

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A imigração para o Canadá e Estados Unidos

Aos 17 anos, Elon Musk imigrou para o Canadá com sua mãe e irmãos. Ali, estudou por dois anos na Queen’s University, em Kisgston, Ontario. Posteriormente, Musk imigrou para os Estados Unidos da América, onde terminou sua graduação em física e economia na Universidade da Pensilvânia.

A primeira empresa com aporte do pai

Após finalizar a graduação, Musk foi para a Universidade de Stanford com o objetivo de fazer um Ph.D. em física, mas cancelou sua matrícula dois dias depois de entrar no programa. Foi neste período que se afastou da academia e começou despontar sua característica empreendedora, principalmente no universo da internet.

No final da década de 90, Elon e o irmão Kimbal criaram a empresa Zip2 com aporte de US$ 28 mil de Errol Musk, pai da dupla. Em 1999, a empresa foi vendida por US$ 307 milhões e, desse total, Elon Musk recebeu US$ 22 milhões.

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PayPal, SpaceX e Tesla

A partir da venda da Zip2, Elon Musk investiu em outros negócios, dentre eles o X.com, que nos anos 2000 era um serviço online de pagamentos. Posteriormente, a empresa tornou-se o PayPal que rendeu o lucro de US$ 165 milhões para o empresário, conforme informação da Money.com.

Com o aumento gradual do patrimônio, Musk passou olhar para outras áreas de interesse, como avanço tecnológico espacial e mobilistico. Em 2002, ele fundou a SpaceX, empresa voltada para a construção de foguetes espaciais.

Paralelamente ao desenvolvimento da SpaceX, em 2008, Musk investiou US$ 40 milhões na empresa de carros Tesla, que estava à beira da falência, e tornou-se o CEO da empresa. Em entrevista ao 60 Minutes, o bilionário afirmou que 2008 foi “o ano mais difícil da minha vida”. Nesse período, o empresário estava enfrentando dificuldades em suas empresas. Porém, no fim do mesmo ano, um contrato da SpaceX com a NASA reergueu a carreira empreendedora de Elon Musk.

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Aquisição do Twitter, polêmicas com funcionários e rebranding

Mais recentemente, em 2022, Elon Musk demonstrou interesse em comprar ações do Twitter. Porém, logo depois, recusou uma oferta de participar do conselho da rede social porque gostaria de comprá-la. A aquisição foi feita em outubro do mesmo ano por US$ 44 bilhões.

No mesmo dia da compra, Musk demitiou diversos executivos do Twitter, incluindo o antigo CEO da empresa, Parag Agrawal. Com essa decisão, diversos funcionários se demitiram e outros divulgaram decisões de Musk, consideradas polêmicas por equipes técnicas da rede social.

Em julho de 2023, o Twitter passou a ser chamado X. Em 2024, a Forbes estima que o valor da empresa corresponde a 70% menos do que foi pago por Musk em 2022.

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A relação do X com o Brasil

Após Elon Musk comprar o Twitter e o transformar em X, a rede social passou por diversas mudanças técnicas e internas. Porém, o ponto de intersecção com o Brasil começou a ocorrer durante o período eleitoral e, posteriormente, em investigações sobre a influência das redes sociais em ataques ao Estado Democrático de Direito.

A ação da Justiça brasileira movimentou diversas manistações no território nacional e no exterior, impulsionada pelo discurso de Musk de que o ministro do STF Alexandre de Moraes estaria ferindo o “direito de expressão” dos usuários do X.

Inquérito das Milícias Digitais

Em andamento, o Inquérito das Milícias Digitais investiga a “divulgação, propagação, organização e ampliação de inúmeras práticas ilícitas nas redes sociais, especialmente no gravíssimo atentado ao Estado Democrático de Direito”.

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Entre 2020 e 2021, diversos perfis foram bloqueados/derrubados do X por serem considerados associados a milícias digitais contra o Estado Democrático de Direito. A desativação desses perfis aconteceram por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Anos depois, em resposta à decisão da Justiça brasileira, o bilionário Musk e novo dono da rede social, amaeaçou descumprir a determinação do STF, sob a justificativa de censura. A tréplica de Alexandre de Moraes veio no dia 7 de maio de 2024, ao determinar a inclusão de Elon Musk no mesmo inquérito, por obstrução de justiça, abuso de poder econômico e incitação ao crime. A decisão veio atrelada a uma multa de R$ 100 mil para cada perfil derrubado que fosse reativado pelo X.

Encerramento das atividades do X no Brasil

No dia 17 de agosto de 2024, o perfil Global Government Affairs (@GlobalAffairs) do X publicou na rede social informando o encerramento das atividades no Brasil. De acordo com o texto, a decisão de retirar os escritórios do X do país foi atribuída a uma — suposta — ameaça de Alexandre de Moraes ao representante legal da empresa no Brasil. A responsável em questão é Rachel de Oliveira Villa Nova Conceição. Veja a publicação na íntegra abaixo, em tradução livre:

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“Noite passada, Alexandre de Moraes ameaçou nosso representante legal no Brasil com prisão se não cumprirmos suas ordens de censura. Ele fez isso em uma ordem secreta, que compartilhamos aqui para expor suas ações.

Apesar de nossos inúmeros recursos ao Supremo Tribunal Federal não terem sido ouvidos, de o público brasileiro não ter sido informado sobre essas ordens e de nossa equipe brasileira não ter responsabilidade ou controle sobre o bloqueio de conteúdo em nossa plataforma, Moraes optou por ameaçar nossa equipe no Brasil em vez de respeitar a lei ou o devido processo legal.

Como resultado, para proteger a segurança de nossa equipe, tomamos a decisão de encerrar nossas operações no Brasil, com efeito imediato. O serviço X continua disponível para a população do Brasil.

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Estamos profundamente tristes por termos sido forçados a tomar essa decisão. A responsabilidade é exclusivamente de Alexandre de Moraes.

Suas ações são incompatíveis com um governo democrático. O povo brasileiro tem uma escolha a fazer – democracia ou Alexandre de Moraes.”

Intimação inédita

Com a falta de representante legal no país, algo que infringe as leis brasileiras, o mandado de intimação, que seria apresentado a Rachel de Oliveira Villa Nova Conceição, foi publicado no X, em resposta à publicação do perfil Global Government Affairs (@GlobalAffairs).

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O Mandado de intimação emitido pelo STF para o bilionário Elon Musk. (Foto: Reprodução, X)

A intimação online é inétida no país e determina a indicação, no prazo de 24 horas, de um novo representante legal do X no Brasil. Caso o mandado não seja respeitado, a rede social poderá ter a suspensão das atividades no país. Leia a intimação na íntegra:

“O ministro Alexandre de Moraes, relator, nos termos da decisão proferida nos autos em epígrafe, manda à Secretaria Judiciária deste Supremo Tribunal Federal proceder à INTIMAÇÃO, por meios eletrônicos de ELON MUSK, da decisão proferida nos autos em epígrafe em 18/08/2024, que determinou a indicação, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, do nome e qualificação do novo representante legal da X Brasil em território nacional, devidamente comprovados junto à JUCESP, sob pena de IMEDIATA SUSPENSÃO DAS ATIVIDADES DA REDE SOCIAL “X” (antigo Twitter) até que as ordens judiciais sejam efetivamente cumpridas e as multas diárias quitadas, nos termos do artigo 12, inciso III, da Lei nº. 12.965/14.

Cumprida a medida ora determinada, deverá a Secretaria comunicar imediatamente a este Relator.

DADO E PASSADO na Secretaria do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, na data da assinatura eletrônica.”

Patrimônio de Elon Musk

De acordo com a Forbes, Elon Musk é o homem mais rico do mundo e seu patrimônio em 2024 é estimado em US$ 195 bilhões.

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  • 2015: US$ 12 bi
  • 2016: US$ 10,7 bi
  • 2017: US$ 13,9 bi
  • 2018: US$ 19,9 bi
  • 2019: US$ 22,3 bi
  • 2020: US$ 24,6 bi
  • 2021: US$ 151 bi
  • 2022: US$ 219 bi
  • 2023: US$ 180 bi
  • 2024: US$ 195 bi

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