Elly Herkenhoff, historiadora, nasceu em 15 de janeiro de 1906 em Joinville, e compõe uma das primeiras gerações de historiadores da cidade. Dedicou sua vida aos livros, à cultura, à história, à poesia. Admiradora de Goethe, de música clássica, entusiasta do ensino de idiomas, muito do que sabemos hoje sobre o teatro, música e imprensa dos primeiros anos de Joinville devemos às suas pesquisas e relatos em livros.

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No Rio de Janeiro, Elly viveu momentos de tensão por causa da Segunda Guerra Mundial, nos anos 40. Fluente em alemão, mas brasileira de nascimento, por várias vezes precisou provar a sua nacionalidade e foi hostilizada. Nesse mesmo Rio, Elly se dedicava aos estudos passando horas nos arquivos da Biblioteca Nacional e passeando no Jardim Botântico.

Entre as suas realizações fora do campo da história está a criação do Método Roselly de Alfabetização de Adultos e o Método Roselly de Alemão, criado com sua irmã, Rosa. O método foi criado quando moravam no Rio de Janeiro.

Depois de viver por muitos anos entre Rio de Janeiro e São Paulo, onde foi estudar inglês e francês, voltou a Joinville nos anos 70, quando passou a dedicar sua vida à pesquisa da história de Joinville.

Ex-diretora do Arquivo Histórico de Joinville, onde foi contratada como pesquisadora, dedicou-se especialmente ao estudo da contribuição da imigração alemã para o desenvolvimento do Brasil. Mesmo aos 90 anos, quando não era mais funcionária do Arquivo, era possível vê-la na instituição, lendo o jornal “Colonie-Zeitung”.

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Para Joinville, deixou os trabalhos “Joinville Nossos Prefeitos”, “Joinville Ontem e Hoje”, “Joinville Nosso Teatro Amador” e “História da Imprensa de Joinville”, livro que teria uma continuidade, mas a autora faleceu antes da realização, em 2004, aos 98 anos, no Hospital Bethesda. Além de ter sido nomeada Cidadã Honorária de Joinville, Elly foi reconhecida com a Medalha de Mérito Cruz e Sousa.