O Stage, em Florianópolis, encheu sem pressa até cerca de 1h30min deste sábado, quando os camarotes ficaram repentinamente apinhados e a casa parece ter ficado com o público previsto de mais de 2 mil pessoas. De qualquer maneira, o DJ paulista Michel Saad apostava em um som mais estiloso, de pegada mais leve, tirando pouco a casa do burburinho. A festa começou na sexta à noite.
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A fúria veio mesmo foi quando o português Pete Tha Zouk assumiu, às 2h18min, a cabine. Fogos, luzes e vídeos mais pretensiosos nos 13 telões da festa acompanharam o DJ, que gosta de dar pescoçadas para frente enquanto sorri escancarando os dentes. Exatamente como no clipe I?m back again, que gravou em 2010 em Florianópolis.
Alegria de quem figurou em 37º no último top 100 da revista inglesa DJ Mag em 2011 e é apontado como principal DJ do seu país. No clipe, Tha Zouk começa pilotando um helicóptero (e não conseguindo evitar sorrisos) enquanto uma beldade, em uma lancha, escolhe sua música em vez de Pearl Jam, Pet Shop Boys e Pitty. Inquieto, repleto de samples, ele não economizou nos hits.
Músicas sempre eficientes como Without you (David Guetta) e Good Fellin? (Florida) se intercalaram com pancadões como Internet Friend (Knife Party), justificando a definição do estilo do DJ português como “chuncky house music”, o que pode ser livremente traduzido como house music encorpada.
Famosos marcaram presença na festa
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Dois dedos quase entraram nos olhos da reportagem. Era Romário apontando para algum lugar. De tênis, toca e agasalho, ele precisou ficar na ponta do pé para conversar com uma das tantas mulheres que o abordaram. Não parecia, como Adriano anteontem no Rio, disposto a ir embora com 10. Parecia mais sondar o terreno. No meio da madrugada, tirou o agasalho e o cruzou em diagonal por cima do peito.
Outras duas figuras conhecidas presentes eram os lutadores Minotauro e Thiago Tavares. O Stage, como previsto, estava com decoração e preços especiais. Chão acarpetado, serviços eficientes, patrocinadores ambiciosos (Absolut, Playboy e assim por diante).
Do cardápio, um singelo temaki custava R$ 20, e um litro de suco, R$ 40. Pule-se os tão conhecidos preços das garrafas de champanhe. Mas tudo condizente com um público masculino em boa parte vestido à la editorial de moda da revista VIP.
O médico mineiro Bruno Lana era só alegria. Não bitocava ninguém, dançava pouco, esqueceu o nome dos DJs. Mas achava o som “animadão” e era dos que já desembarcam felizes em Florianópolis pensando nas mulheres da ilha. Nos camarotes, pelo menos, elas predominavam, dançando de salto ou descalças em grupos de até cinco em cima dos sofás.
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– Protetor de ouvido? – perguntou um amigo a outro.
– Claro.
Sendo o grave muito forte em uma parte do Stage, o sujeito se protegia com duas borrachas laranjas. Mais tarde, a reportagem avistou outro. Já eram mais de 4h quando o projeto Switch, composto pelos DJs nacionais Edo Krause, Pic Schmitz e Sandro Horta, assumiu as pick-ups. A festa foi longe.
Neste sábado o Winter Play segue com uma “Sunset Party”, a partir das 16h no P12, e a festa principal de todo o evento, em que toca o DJ colombiano radicado nos EUA Erick Morillo, a partir das 23h novamente no Stage Music Park.