Criada no berço da escola Os Protegidos da Princesa, Eli de Souza Neves, a Lica, apaixonou-se cedo pela escola. Não podia ser diferente, a sua mãe de criação foi a dona Didi, com quem aprendeu tudo.
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Lica vive há mais de 50 anos a escola. Passou por vários segmentos e, hoje, é a presidente da Velha-Guarda.
Lica, Didi e Os Protegidos formam um triângulo amoroso. Quando a escola ainda não tinha sede, as reuniões aconteciam na casa de Didi e de Antonio Fornalia.
– Eu chegava em casa correndo e perguntava pela comida. Mamãe dizia que já tinha acabado, porque servia aos componentes. No guarda-roupa não tinha nada, era só fantasias. Minha vida é a Protegidos – fala emocionada.
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Lica lembra dos carnavais na Praça XV e da rivalidade com a Copa Lord. Os membros da Os Protegidos se concentravam no Miramar e, os da Copa, na Catedral Metropolitana.
– Quando eu ainda era adolescente, ganhamos um Carnaval. Antes, eu era levada, depois, passei a amar a escola – conta.
Fora do Carnaval, Lica é funcionária pública estadual da secretaria de administração de Florianópolis. Os cuidados com a casa e o casamento com Antonio Carlos das Neves, membro da velha-guarda, também ocupam os seus dias.
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– Eu não sei assumir nada pela metade. Faço as coisas de casa, o almoço e quando eu saio, sou velha-guarda por inteiro. Meu marido fala: eles estão roubando você de mim.
Para ela, não existe velha-guarda sem escola de samba e nem escola de samba sem velha-guarda:
– Um depende do outro. Todos os nossos 68 membros atuaram na escola antigamente, na confecção de carros, foram batuqueiros, foram ex-diretores, mulheres do grêmio feminino. São pessoas com história na agremiação e ainda ativos. Eles se dizem jovem-guarda.
Para ela, o samba desse ano está lindo e no gogó.
– Nem sabia que tanta gente conhecia. No ensaio na praça, tinha simpatizantes de outras escolas cantando nosso samba.
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