O presidente afastado da Eletronuclear pela Operação Pripyat, e o ex-diretor técnico Luiz Soares combinaram a retirada de documentos e equipamentos de uma sala lacrada por decisão do Conselho de Administração da Eletrobras. A reportagem teve acesso à transcrição do áudio em que eles acertam a ação por telefone.

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Após ser avisado por Figueiredo que a sua sala e de outros dois diretores tinham sido lacradas, Soares reclama:

— Pô, mas tem documentos meus na sala.

O então presidente responde:

— Não, mas se você precisar entrar lá depois, aí eu entro com você lá. Amanhã de manhã, tá? — afirmou em conversa no dia do afastamento de Soares pelo Conselho de Administração, em 14 de abril de 2016.

Soares é citado em três acordos de delação premiada feitos por ex-funcionários da Andrade Gutierrez como recebedor de propina entre a empresa e a Eletronuclear.

A Operação Pripyat, desdobramento da Lava-Jato, prendeu na quarta-feira, no Rio, dez pessoas acusadas de desviar recursos da obra da Usina Nuclear Angra 3, investimento de R$ 17 bilhões no litoral sul do Estado.

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Entre os presos está o vice-almirante reformado Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear, que já havia sido preso pela Lava-Jato no ano passado e estava em prisão domiciliar desde dezembro.

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*Estadão Conteúdo