A noite sem dormir não impediu a vibração e a euforia na cúpula da Polícia Civil catarinense nas primeiras horas da manhã deste sábado seguintes à operação desencadeada para prender cem pessoas envolvidas com os atentados.

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Pressionados com a violência na ruas, os policiais admitem agora a aflição que os cerca há duas semanas para identificar e prender os criminosos.

Por volta das 8h30min, na Academia da Polícia Civil, o delegado-geral da Polícia Civil, Aldo Pinheiro D’Ávila, afirmava estar convicto de que as prisões e as transferências dos criminosos para presídios federais deverão sufocar a facção criminosa Primeiro Grupo Catarinense (PGC) e dar um basta aos ataques nas ruas. Confira os principais trechos da entrevista:

Diário Catarinense – Foram 100 prisões decretadas de envolvidos com os atentados?

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Aldo Pinheiro D’Ávila – Sim. Creio que destes, 60 estejam dentro das cadeias. Foram duas semanas de intenso monitoramento até chegarmos a esses 100 mandados de prisão temporárias por 30 dias e de busca e apreensão.

DC – O salve-geral (ordens dos criminosos para os ataques) partiram de onde?

Aldo – Estavam difundidos em cadeias e também fora. Nas prisões principalmente em Criciúma (Sul) e em São Pedro de Alcântara (Grande Florianópolis). Eles se comunicavam de toda maneira, via telefone celular, visitas ou simples recados.

DC – Para onde foram levados e quem são os principais presos transferidos?

Aldo – A maioria foi para Mossoró (Rio Grande do Norte). São os líderes da facção, Derru, Cartucho, Rodrigo da Pedra, que também vai, e outros que também estão envolvidos com a morte da agente penitenciária (Deise Alves).

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DC – Como foram as duas semanas de investigações?

Aldo – Foi muito esconde-esconde de informações da imprensa. O objetivo era dar a resposta, não podia ficar como estava. Isso afligia a gente.

DC – Acredita que as prisões cessarão os ataques ou sufocarão a facção PGC?

Aldo – Vai sufocar facção. Se não sufocar vai ter mais cem presos.

DC – Conseguiram enfim descobrir os motivos dos atentados?

Aldo – São vários, o combate ao tráfico, a investigação e a denúncia do caso Deise (morte da agente penitenciária) principalmente. Mas agora identificamos os principais mandantes. Há uma série de crimes que vamos responsabilizá-los como incêndio, formação de quadrilha, tentativa de homicídio.

DC – De qual juiz partiu as ordens de prisão? Afinal é um número expressivo…

Aldo – Foi de um grupo de juízes. São prisões temporárias de 30 dias que esperamos convertê-las em preventivas.

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