Mais de 5 mil crianças tentaram, e só duas conseguiram. O jeito de garoto e futebol de gente grande foram as marcas de Josué Fuchter, de nove anos, e Luís Eduardo Bento, de 12, as grandes estrelas da primeira edição da Peneirinha Gillette, que chegou ao fim no último domingo.

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Com a bola nos pés, Josué e Luís encantaram os avaliadores da maior peneira de Santa Catarina. Apesar da pouca idade, os garotos mostraram personalidade de sobra para driblar os obstáculos e maturidade suficiente para viver dias de astro do futebol. Os dois vencedores se parecem, mas pouco sabem um do outro. Josué mora em Taió, cidade no Alto Vale do Itajaí, enquanto Luís reside em Florianópolis.

Eles se conheceram na final do programa, há uma semana, e já descobriram sonhos em comum: planejam brilhar nos gramados do Brasil e vestir a camisa da Seleção na Copa de 2026. Para isso, contam com o apoio dos familiares, que acompanham os passos dos pequenos craques e ensinam novas lições de vida.

Os desafios começam já em 2013, quando os dois terão a primeira grande chance: participarão de oficinas e jogarão para olheiros de grandes clubes europeus; pisarão em gramados que já receberam Lionel Messi, Cristiano Ronaldo e outras estrelas e terão a oportunidade de começar a trilhar o caminho que sempre imaginaram. Josué Fuchter e Luís Bento prometem voar alto. Claro, com a bola sempre ao lado.

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A história de Luís Eduardo

Luís Eduardo Fernandes Bento tem 12 anos e só pensa em futebol, assim como outros milhares de garotos país afora. Em seu quarto, ele exibe com orgulho uma coleção de medalhas que representa parte de uma curta, porém promissora carreira como jogador. No último domingo, Luís ganhou uma nova medalha em sua carreira, um novo capítulo.

Preciso e objetivo com a bola nos pés, o garoto driblou adversários e se tornou o grande campeão da Peneirinha Gillette em Santa Catarina na categoria de 10 a 12 anos. Uma conquista que Luís jamais irá se esquecer.

Desde cedo, aprendeu a sonhar alto. No campo de terra ao lado de casa, descobriu o futebol e nunca mais foi o mesmo. Seis anos depois, o garoto voltou ao local onde deu seus primeiros chutes e, acompanhado pelo pai, o grande mentor no esporte, recebeu a reportagem do Diário Catarinense para uma sessão de fotos.

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No jardim de sua casa, o pequeno craque ainda joga bola com os colegas e amigos e brinca com os dois cachorros. Aprende novos dribles e inventa novas jogadas.

Na televisão da sala, assiste a todos os jogos que pode, em especial os do Barcelona, de Lionel Messi. Vai à escola pelas manhãs e treina durante as tardes. Desde 2011, ele faz parte do time sub-13 do Avaí.

– Ele é muito dedicado no aprendizado e nos treinamentos e tem um potencial muito grande jogando futebol – resume o treinador do garoto no clube azurra, Marcelo Costa.

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Cientes do talento e do desejo do filho, seu Ronaldo e dona Sandra resolveram apoiar da forma que podem.

Os dois são, ao mesmo tempo, fãs e ídolos do garoto, que sempre tem a companhia do pai nos jogos e escuta com toda a atenção do mundo cada sábia palavra da mãe.

Garantir a educação sempre será prioridade

Em casa, os pais até aprenderam a tolerar as paredes sujas e os porta-retratos quebrados. Em troca do apoio ao esporte, cobram boas notas na escola e dedicação nos estudos.

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– Se vai mal, fica fora dos treinos – explica a mãe do garoto, que, por sua vez, reconhece não ser tão bom na escola como é jogando bola, mas se esforça para cumprir com a palavra.

É no Colégio Geração que Luís encontra os melhores amigos e passa a maior parte do tempo. Menino sério, ele se transforma ao lado dos colegas e mostra a mesma alegria que apresenta conduzindo a bola. É o que garante a coordenadora Mariana Dutra.

– As professoras me parabenizam, dizem que ele é um bom moço na escola – conta dona Sandra, orgulhosa.

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Com jeito de bom moço e futebol de moleque atrevido, Luís faturou a Peneirinha Gillette e mostrou por que é uma das apostas do Avaí para o futuro. Agora, ele espera conquistar os avaliadores de grandes clubes europeus e começar a todo vapor a tão sonhada carreira profissional.

Luís Eduardo ainda tem 12 anos, mas, como desde cedo se acostumou a sonhar alto, já planeja brilhar pelo mundo. E o melhor de tudo, fazendo o que ama: jogar futebol.

A história de Josué

Enquanto todos se sentam à mesa para o almoço, cena diária na casa simples e ajeitada da família Futcher, Josué vai buscar a melhor amiga no jardim. Conduzindo a bola junto ao pé direito, o garoto retorna à cozinha, se acomoda e, ao lado do pai Roclécio, da mãe Cleide e do irmão mais novo, Matheus, fica à vontade.

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Aos nove anos, o grande vencedor da Peneirinha Gillette não desgruda da bola um segundo sequer e, graças à eterna companheira, já se tornou até uma das estrelas de Taió, pequena cidade localizada no Alto Vale do Itajaí. Mas não é só isso que o faz querido no local em que vive.

No Bairro do Seminário, todos conhecem a história de Josué, que, aos cinco anos, começou a jogar futebol na vizinhança e já mostrava talento. Foi quebrando vasos na casa da avó materna que o garoto aprendeu a chutar com precisão. Driblando mesas e cadeiras, desenvolveu habilidade. E ouvindo os conselhos dos pais, se tornou um grande competidor.

– Ensinamos a ele que o esporte não é feito só de vitórias. É uma atividade que ajuda a desenvolver outras qualidades – conta Cleide Fuchter, que se emocionou ao ver o sucesso do filho entre tantas crianças.

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Orgulho da família desde sempre, o garoto é famoso também na escolinha em que treina de três a quatro vezes por semana, a poucos metros de casa. Sua fama é tão grande entre os colegas que responde pelo apelido de ET, uma alusão às habilidades fora do comum que apresenta com a bola.

Joga futsal com os garotos da sua idade, com os mais velhos e com quem mais quiser jogar. Às vezes, precisa ser tirado à força de quadra, conta o treinador Jonas Felizari. Na hora do jogo, o garoto tímido se transforma: gesticula, conversa sem parar e mostra ousadia.

Excelente aluno e muito educado

Quando não está em casa ou no treino, Josué estuda. No Colégio Cenecista, ele se diverte com os amigos e se revela também um excelente aluno, um dos mais estudiosos da classe.

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Tranquilo como poucas crianças de sua idade, ele respeita os professores, faz todos os deveres de casa e é exemplo para os colegas.

– Além de bom de bola, é muito educado – se desmancha em elogios a professora Ângela Melin.

Em casa, quem se inspira no campeão é o pequeno Matheus, irmão mais novo, de cinco anos. Os dois costumam passar horas brincando de bola. Além de cuidar do irmão caçula, o pequeno craque também ajuda os pais nas tarefas da casa.

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Fã número 1, Roclécio Maas, o pai coruja, quer ver o filho jogando profissionalmente pelo Flamengo. Josué também tem um sonho: seguir os passos do ídolo Neymar e vestir a camisa da Seleção na Copa de 2026.

– Quero fazer isso da minha vida e tenho fé que vou conseguir – diz o garoto, antes de beijar a fitinha do Senhor do Bonfim amarrada no pulso.

Aos nove anos, ele já conquistou a maior peneira do Estado e um bairro inteiro. Os primeiros passos rumo ao sucesso já foram dados.

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Os campeões

CATEGORIA – 8 A 9 ANOS

Josué Fuchter Maas

Idade: 9 anos

Naturalidade: Taió

Seletiva pela qual chegou à final:

Joinville (22 e 23 de setembro)

CATEGORIA – 10 A 12 ANOS

Luís Eduardo Fernandes Bento

Idade: 12 anos

Naturalidade: Florianópolis

Seletiva pela qual chegou à final:

Palhoça (03 e 04 de novembro)