A dona de casa Dilcéia Geralda dos Passos, mãe da pequena Vitória Helena dos Passos, não consegue se controlar e cai no choro toda vez que olha para a foto da filha. A menina, de nove anos, está internada em estado grave no Hospital Infantil Dr. Jeser Amarante Faria desde o domingo à tarde, quando foi atropelada na frente de casa, na rua João Tavares, no bairro Boehmerwald, zona Sul de Joinville.

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Segundo a Polícia Militar, a menina foi vítima de um atropelamento cometido durante um racha, ou seja, uma disputa ilegal de velocidade na rua. Duas pessoas, um homem de 25 anos e uma mulher de 27, dirigiam pela rua onde a pequena Vitória brincava.

Quando os dois carros – um Celta e um Peugeot, – passavam na frente da casa de Vitória, a motorista do Celta teria perdido o controle e batido na menina. O corpo dela foi jogado cerca de dez metros do local da batida. Na frente da casa, a mãe chora ao ver as marcas dos pneus deixadas no asfalto e que ainda estão impressas por cerca de cinco metros na subida da rua.

A delegada Geórgia Marrianny Gonçalves Bastos, uma das responsáveis pelo trabalho de investigação da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (Dpcami), estava de plantão na Central de Polícia no fim de semana e determinou a prisão em flagrante dos motoristas, sem direito a fiança. O caso deve ser analisado pela Justiça, que pode pedir outras providências, como uma perícia do local do acidente ou a determinação da velocidade em que os motoristas estavam no momento do acidente.

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Além do atropelamento da menina e estarem supostamente fazendo um racha, os motoristas também foram presos porque teriam ingerido bebida alcoólica. Na Central de Polícia foi realizado o teste do bafômetro na condutora do veículo, que teve como resultado 0.23 mg de álcool por litro de ar expelido pelos pulmões. O outro motorista e um caroneiro também foram submetidos ao teste.

– Houve a constatação de que eles haviam bebido e, também por isso, os levamos para a Central de Polícia – disse o tenente coronel Hélio César Puttkammer, comandante do 17º Batalhão da Polícia Militar, responsável pelo policiamento na zona Sul da cidade.

Vitória foi socorrida com a ajuda do helicóptero Águia. Ela foi submetida a uma cirurgia na cabeça e continua sob cuidados intensivos no Hospital Infantil. Não há previsão de alta.

Para a mãe de Vitória, o fim de semana mudou completamente a vida de toda a família. Ela chegou a dizer que tem pena da motorista que atropelou a menina.

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– Eles estavam até rindo na delegacia. Eu tenho até pena dela (a motorista de um dos veículos). Mas a Justiça tem de ser feita. Eles têm de pagar – diz a mãe da menina.

Segundo testemunhas relataram à delegada, o grupo que participava do racha teria demonstrado indiferença em relação ao acidente.

A reportagem de “A Notícia” não conseguiu contato com os motoristas nem seus defensores. Eles continuam presos e podem buscar na Justiça o direito de responder em liberdade.