A Academia Joinvilense de Letras (AJL) elegeu três novos membros ontem. Sete acadêmicos estiveram na Sociedade Harmonia-Lyra e cartas de intenções ganharam voz durante a apresentação dos candidatos. Nelci Terezinha Seibel concorria sozinha à cadeira de Manoel Deodoro de Carvalho e garantiu seu lugar. Wilson Gelbcke conquistou a cadeira de monsenhor Sebastião Scarzello. Já o posto do juiz Odjalma Costa foi disputado por três juristas. Dentre eles, o advogado Marcelo Harger obteve a maioria simples dos votos.

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Cada um dos membros presentes votou em cédula única. O papel da votação se dividia entre as três cadeiras disponíveis, correspondentes aos primeiros membros que deixaram a vida, há cerca de três décadas, e partiram para a imortalidade. Joinville segue o exemplo da Academia Brasileira de Letras – a academia precisa de 40 membros para estar completa. Hoje, há apenas 11 lugares ocupados.

Herculano Vicenzi já havia admitido, antes mesmo de o processo começar, que seria uma votação difícil. Mais improvável ainda seria reunir tantos membros de uma só vez, coisa que não acontecia desde 2013.

– A dificuldade sempre existe, mas a gente tem que optar por um.

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Eis que da caixinha feita em urna saiu o resultado, que só não foi unânime para Gelbcke devido à anulação de uma das cédulas. Ele desbancou o afilhado do dono da cadeira, monsenhor Juca, e o dramaturgo e escritor Jura Arruda.

Além da carreira internacional, Gelbcke serviu 14 livros à mesa dos 11 aos quais se unirá como imortal. Assim como ele e Nelci, Marcelo Harger mostrou que merecia um lugar na academia, seja pelos três livros publicados, pelas centenas de artigos em páginas de jornais ou pelas dezenas de publicações científicas sobre direito. Harger superou o juiz João Marcos Buch e o advogado George Willian Postai de Souza.

– O critério de escolha foi pela qualidade da obra – diz o presidente da AJL, Carlos Adauto Vieira.

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Próximas votações

Um novo edital deve ser publicado, oferecendo quatro cadeiras aos intelectuais – são considerados joinvilenses quem mora na cidade há mais de cinco anos. Ter livros publicados não é obrigatório, mas pesa. Quem se candidatar deve enviar o currículo junto de uma carta de apresentação. Os candidatos não participam da reunião.

Como a AJL tem pressa em retomar o tempo em que passou adormecida, as votações passarão a ser feitas em quartetos, não mais em trios. Restam 26 vagas a preencher. Josette Maria Schwoelk Fontán, Hans Bachl, Arnaldo S.Thiago e Raul de Oliveira Fagundes serão os próximos imortais sucedidos por outros intelectuais. Os participantes que não entraram para a academia desta vez podem tentar novamente, enviando carta para a AJL.

Histórico da Academia

A Academia Joinvilense de Letras foi fundada em 1969, mas funcionou só até 1972. Ficou mais de 40 anos inativa – os trabalhos foram retomados em 2013. O estatuto original previa 50 membros. Depois de uma revisão, passou para 40, mas 30 já faleceram. Até o ano passado, havia apenas dez cadeiras ocupadas. Com a posse de Raquel S. Thiago, em 2014, o número subiu para 11. Agora, com a eleição dos três novos membros, há 26 vagas abertas.

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.::Os membros

Alcides Buss

Apolinário Ternes

Carlos Adauto Vieira

Herculano Vicenzi

Guiomar Beltrão Ferreira

Hilton Görressen

Ilmar Gastão Carvalho

Irene Judith Fuck

João Carlos Vieira

Lucinda Cláudia Boehm

Raquel S.Thiago

.::Novatos

Marcelo Harger

Nelci Terezinha Seibel

Wilson Gelbcke