Os eleitores norte-americanos vão às urnas nesta terça-feira (5) para escolher o novo presidente dos Estados Unidos. O bilionário republicano Donald Trump, que já comandou o país entre 2017 e 2020, tenta voltar à Casa Branca após a derrota para Joe Biden em 2020. A adversária da vez é justamente a atual vice-presidente do país, eleita na chapa de Biden há quatro anos, a ex-senadora democrata Kamala Harris.
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O esperado dia da votação fecha uma campanha eleitoral acirrada, com reviravoltas e que se tornou uma das mais marcantes na história recente do país. A esperada repetição do duelo Trump e Biden nas urnas passou a ficar em xeque após gafes públicas do atual presidente e, sobretudo, o desempenho dele no primeiro debate eleitoral, em junho. Com tom de voz baixo e hesitações em respostas a ataques de Trump, Biden passou a ser questionado e pressionado por alas do Partido Democrata a desistir da candidatura. O gesto ocorreu no mes seguinte, em julho, quando Biden renunciou a candidatura, abrindo espaço para o partido indicar a sua vice Kamala Harris como candidata na chapa democrata.
Do lado do Partido Republicano a campanha não foi menos movimentada. O ex-presidente Donald Trump repetiu o tom afrontoso da campanha com acusações a imigrantes e ataques enfáticos a rivais como Biden e Kamala. Mas o momento mais tenso ocorreu ainda em 13 de julho, quando Trump sofreu um atentado a tiros durante um comício na cidade de Butler, na Pensilvânia. Ele foi atingido por um tiro de raspão de um fuzil AR-15 enquanto discursava para uma plateia. A bala atingiu a orelha direita do ex-presidente, que foi levado ao hospital. Na ocasião, um homem morreu e outros dois foram socorridos em estado grave. O atirador, de 20 anos, foi morto pelo Serviço Secreto.
Em setembro, Trump teria sofrido uma segunda tentativa de assassinato, em um campo de golfe, enquanto praticava o esporte.
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Como está a disputa entre Trump e Kamala nos estados-chave das eleições dos EUA
Eleições têm 244 milhões de eleitores aptos
Ao fim da campanha tensa, mais de 244 milhões de eleitores estão aptos para ir votar nesta terça-feira e ajudar a escolher o novo presidente, que comandará o país de 2025 a 2028. O cargo é considerado importante por comandar a nação que é a principal parceira comercial do mercado internacional, o que inclui o Brasil, referência militar com papel importante na mediação de conflitos bélicos, como o registrado na Ucrânia e no Oriente Médio. Além disso, especialistas apontam que o resultado também pode apontar direções no campo político, como uma tendencia de fortalecimento ou não do conservadorismo e da extrema direita, no caso de vitória de Trump.
Nas últimas semanas, a campanha nos EUA mobilizou eleitores e até mesmo celebridades que declararam voto e apoio aos dois concorrentes. Eleitores de Kamala defendem que Trump poderia ser um risco para a democracia.
A eleição nos Estados Unidos ocorre em sistema indireto, em que os eleitores escolhem o candidato preferido. Essa sinalização serve de base para que delegados representantes de cada estado votem em uma eleição posterior, o chamado Colégio Eleitoral. Na prática, Trump e Kamala disputam vitórias em cada estado para alcançar a maioria dos 538 delegados que participam do Colégio Eleitoral.
A importância dos estados-chave
Como historicamente muitos estados já contam com o perfil de eleitorado bem definido, entre democratas ou republicanos, e por conta disso chegam a ser chamados de “estados vermelhos”, nos que dão vitórias a republicanos, ou estados azuis, no caso dos que têm predileção pelos democratas, o mistério maior se concentra sobre os chamados estados-pêndulo (ou “swing states“, em inglês). Trata-se dos territórios em que o retrospecto mostra alternâncias entre preferências por democratas ou republicanos em eleições anteriores. São sete os estados mapeados como estratégicos na eleição deste ano: Pensilvânia (o que tem o maior número de delegados em disputa, com 19), Georgia, Michigan, Wisconsin, Carolina do Norte, Arizona e Nevada.
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Na maioria dos estados, a votação pode ser feita com antecedência e até pelos correios. Por conta disso, desde meados de setembro, eleitores já puderam registrar seu voto. Até a noite desta segunda-feira (4), 75 milhões já haviam registrado o voto de forma antecipada.
Ainda assim, esta terça-feira é considerada o dia da eleição, data em que os eleitores podem se dirigir a diversos pontos fixos de votação presencial para registrar sua escolha. A votação é feita por cédulas de papel ou por máquinas de votação, o que torna o processo de apuração mais lento do que no Brasil. Com isso, a expectativa é de que o resultado possa ser oficializado até a tarde de quarta-feira (6).
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